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FMI prevê crescimento de 7,1% e reitera palpite infeliz

A economia brasileira crescerá 7,1% em 2010, segundo previsões anunciadas nesta quinta-feira (5) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que continua emitindo palpites infelizes (agora de longe) sobre a política econômica brasileira.

"O sólido marco macroeconômico e a resposta oportuna das autoridades foram essenciais para conter os efeitos negativos da crise mundial", e agora a economia registrou um crescimento acumulado nos últimos quatro trimestres de 8,9%, observa o comunicado divulgado pela instituição.

Conversa fiada

Depois de uma visita ao Brasil, em julho, o FMI concluiu que a "pressão sobre os recursos cresceu e a política monetária tornou-se mais complicada ante sólidos fluxos de capital", ao mesmo tempo em que a taxa de desemprego alcançou o mínimo em uma década.

Por isto, o órgão sugere "uma política cuidadosamente calibrada para preservar a estabilidade macroeconômica e financeira". Trata-se da mesma conversa fiada que orienta os conservadores do Banco Central na política monetária.

Receita da estagnação

O fundo recomendou "continuar com os esforços para reduzir despesas" e restringir empréstimos concedidos pelo BNDES, "que constituem uma espécie de gasto fiscal”. Na verdade, o palpite sobre o BNDES tem o objetivo não declarado de reduzir a intervenção do Estado na economia e bloquear o caminho do desenvolvimento nacional.

É sempre bom lembrar neste sentido que, quando o Brasil se colocou sob o tacão do FMI (e isto ocorreu entre 1983 a 2002, com raros intervalos de soberania) a taxa de crescimento da economia nacional foi reduzida drasticamente, de 7% para pouco mais de 2% ao ano, o que resultou na estagnação da renda per capita no período e no recuo da nossa economia no ranking internacional da 8ª posição para a 14ª.

Devemos comemorar o fim da submissão da política econômica ao FMI, que certamente teria recomendado outras receitas para enfrentar a crise mundial e nos conduzido uma vez mais ao abismo, a exemplo do que vem ocorrendo com a sofrida e humilhada Grécia. Vivemos melhor sem ter que levar em conta os palpites infelizes desta decadente instituição remanescente de Bretton Woods e guardiã da ordem imperialista hegemonizada pelos EUA.

De São Paulo, Umberto Martins