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Venezuela tem direito de se defender, diz chanceler cubano

O chanceler Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou, nesta quinta (05), após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a Venezuela tem o direito de defender-se das ameaças sofridas por ela. Sobre a visita ao presidente brasileiro, Rodríguez limitou-se a afirmar que ambos discutiram temas de interesse mútuo e que o diálogo foi produtivo. O chanceler Celso Amorim, contudo, revelou que o conflito entre Bogotá e Caracas e a libertação de contrarrevolucionários da ilha estiveram na pauta.

"A Venezuela tem todo o direito de se defender de ameaças e provocações", afirmou o chanceler cubano. "Cuba sempre tem impulsionado o diálogo, a cooperação e os processos de paz na região. São conhecidas as relações muito estreitas entre Cuba e Venezuela, e, em caso da Venezuela ser agredida, como já se disse publicamente, é óbvio qual será a posição de Cuba", disse Rodríguez sobre os recentes conflitos entre o país de Hugo Chávez e Colômbia.

O ministro cubano culpou os Estados Unidos pela instabilidade na região e reiterou que Cuba está aberta ao diálogo. "Cuba apresentou, em julho deste ano, ao governo dos Estados Unidos, um projeto de agenda para um diálogo bilateral, que não foi respondido. Reitero a disposição do governo cubano em dialogar com os Estados Unidos sobre qualquer tema", afirmou Bruno Rodríguez.

Na entrevista após a reunião com Lula, ele reclamou do uso da palavra "dissidente", pelos jornalistas brasileiros, para se referirem aos reclusos contrarrevolucionários da ilha. Segundo o chanceler, os presos cubanos são pessoas que cometeram delitos contra Cuba, financiados pelo governo norte-americano.

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, que acompanhou a audiência, contou que o tema entrou na discussão. "Só queria acrescentar que na reunião, naturalmente, esses temas mencionados, especialmente as consultas que têm havido, discretas, entre Brasil e Cuba, foram mencionados, não só como algo referente ao futuro como temas do passado", disse Amorim, sem dar mais detalhes. Os dois ministros afirmaram ainda que a crise diplomática entre Venezuela e Colômbia também foi tema da conversa.

Com agências