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Vídeo flagra ação intimidadora da PF no prédio de Protógenes

Imagens do circuito de segurança do prédio onde mora o delegado da Polícia Federal (PF) Protógenes Queiroz, candidato a deputado federal (PCdoB-SP), mostram a ação de dois agentes que tentaram intimá-lo no último dia 29 de julho. “Queriam impor temor, porque a minha agenda hoje é política, declarada”, afirma Protógenes — que vai representar contra a ação policial na Corregedoria e no Ministério Público.

Segundo o porteiro do prédio, houve ameaça de invasão. Ele diz que, ao informar que Protógenes não estava em casa, os agentes tentaram fazer com que a empregada fornecesse seus documentos. Quando ela se recusou a descer, a truculência se instalou. "Não vai descer o caralho! Aqui é a polícia, nós vamos invadir", disse um dos agentes.

"Perguntei se eles tinham mandado, eles falaram que não. Então eu falei que eles não podiam entrar”, relatou o porteiro. Nesse momento, o delegado responsável pela diligência — que se identificou como Sandro — deu razão ao porteiro e os dois foram embora. As imagens mostram o momento em que um dos agentes, que não foi identificado, perde a paciência e avança em direção ao portão.

Segundo Protógenes, agentes da PF também tentaram intimá-lo mais uma vez no mesmo dia e duas vezes depois, nesta terça-feira (3) e quarta-feira (4). "Foi pior. Eu não entendo, porque eu tenho uma agenda pública. Poderiam muito bem me intimar no comitê, onde quer que eu esteja. Não precisam fazer isso ou agir dessa maneira", reclama. “Como não sabem onde é que eu estou?”

Intimidação

As intimações estão relacionadas a uma acusação da PF de que Protógenes teria incitado a ocupação em Eldorado do Carajás (PA) da fazenda Maria Bonita, do banqueiro Daniel Dantas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A ocupação ocorreu em fevereiro de 2010, dois dias depois de uma palestra de Protógenes na Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo).

O delegado rebate a denúncia. "Fiz uma palestra na Associação dos Professores, na Praça da República, e me perguntaram sobre as concessões do subsolo brasileiro. Eu falei que estavam sendo negociadas no mercado paralelo e era dever do povo reagir, porque foram negociadas de forma clandestina".

De acordo com Protógenes, já são 23 processos instaurados contra ele desde a eclosão da Operação Satiagraha, em 2008 – que culminou na prisão do banqueiro Daniel Dantas. "Em 8 de julho, aniversário da operação, abriram mais três processos que favorecem Dantas. Um dos seis abertos recentemente diz que eu usei ‘palavras duvidosas’ no inquérito. Ora, se foram duvidosas, por que o banqueiro foi condenado? Há dois anos eles não param de abrir processos.”

Da Redação, com agências