Edvaldo participa do evento Vida Sim, Drogas Não

Parte do projeto ‘Transformando pela Fé', o seminário ‘Vida Sim, Drogas Não' reuniu na manhã desta quinta, 12, representantes de inúmeras entidades engajadas na luta contra o crack. O evento está sendo realizado desde ontem pelo Núcleo de Apoio à Infância e Adolescência (Naia) do Ministério Público do Estado (MPE). O objetivo é discutir e encontrar soluções para diminuir o alto índice de envolvimento de crianças e adolescentes com as drogas.

O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, que no último dia 3 lançou o Plano Municipal de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, participou da mesa de abertura dos trabalhos e reforçou a importância de unir forças em torno da prevenção. "As drogas representam um problema no mundo inteiro, e, para resolver essa questão, precisamos partir do 'micro', agindo nas cidades", enfatizou o prefeito. Ele destacou ainda a importância do lançamento dos planos municipal e estadual contra o crack.

Sintonizado com o que vem sendo feito pelo poder público, o projeto ‘Transformando pela Fé' conta com o apoio do Ministério Público do Estado e também da classe médica e vai resultar na definição de estratégias integradas de ação para combater as drogas, em especial o crack, e garantir aos usuários assistência nas áreas de saúde, educação, lazer, entre outras.

Maria Conceição Rollemberg, representante do MPE, reforçou o compromisso do órgão com a infância. Já a promotora de Justiça Miriam Tereza Cardoso disse que o seminário faz parte da primeira fase do projeto, que vem sendo construído há aproximadamente dois meses. "Hoje vamos traçar os objetivos específicos, ações interventivas, metodologia e definir como vai ser feito o diagnóstico da situação para que possamos definir formas eficazes de atuação", explicou a promotora.

A questão da segurança pública, intimamente ligada ao consumo de drogas, é um dos pontos de maior destaque no projeto. Para afastar crianças e adolescentes desse perigo, os conselhos tutelares, além de adotar as medidas de proteção, começarão a tomar outras providências junto a entidades e setores envolvidos. De acordo com a promotora, bairros como Coroa do Meio, Santa Maria, Augusto Franco e Industrial são áreas que merecem mais atenção e atendimento imediato assim que as estratégias de ação forem definidas.

União

Por meio do seminário, entidades evangélicas, espíritas e católicas manifestaram seu apoio às famílias de usuários de drogas. O representante da Igreja Católica, Padre Jeofreds, destacou a prevenção e a reabilitação como ponto centrais do projeto que está sendo elaborado. "Esse seminário chama a sociedade civil, e não somente o Estado, a se sentir responsável por tudo que está acontecendo e sendo feito em relação às drogas", disse Jeofreds, que reafirmou a posição da Igreja contra a legalização das drogas.

A integrante do Movimento Popular de Saúde de Sergipe, Irmã Vandete Silva, contou que atua diretamente com usuários. "Tive a oportunidade nesse São João de ser procurada por um jovem aflito, dependente químico. Eu o encaminhei ao médico e hoje ele está estruturado e perto da família. Há meses ele não usa mais o crack. O pai ligou para mim muito feliz. Graças a Deus e a todos que apoiam esse movimento, ele está se recuperando", comemorou Vandete.

A médica do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil Vida (CAPS i Vida), Ana Angélica, lamentou que a maioria dos jovens que usavam cola e maconha hoje usem crack. Ela afirmou que um dos principais fatores que leva ao uso de drogas é a desagregação da família. Por isso, essa é uma grande preocupação das entidades civis e religiosas que atuam no projeto. Acompanhando esse movimento, o integrante do Instituto Nação Futura, Joilson Amorim, aproveitou o evento para propor uma parceria com a Prefeitura de Aracaju. Há 11 anos atuando no Estado, a Nação Futura atende hoje 38 jovens e mantem atividades nos municípios de Itaporanga D´Ajuda e Estância.

Efeitos

Também presente ao evento, a primeira-dama do Estado, Eliane Aquino, que lidera um grande movimento de combate às drogas, chamou atenção dos participantes para os efeitos devastadores do crack na sociedade. Ela alertou para a violência decorrente do uso dessa droga e para as consequências diretas sentidas pela família dos usuários. "O sofrimento das mães é grande, mas é menor que o dos usuários", disse Eliane.

A primeira-dama disse acreditar que hoje a melhor solução é o fortalecimento dos Caps, já que 61% da população ainda desconhecem a instituição e para que ela serve. Segundo ela, além dos Caps, o Disque Denúncia também contribui bastante ao permitir que a polícia realize apreensões de drogas. De acordo com a primeira-dama, 65% das apreensões são fruto de ligações anônimas. Para denunciar, o cidadão deve discar 181.