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Paul Krugman: A geografia e o superávit chinês

Imagino que eu deva reagir a este artigo segundo o qual a geografia, e não a taxa de câmbio, seria a explicação para o superávit chinês. Ou talvez não seja essa a mensagem do texto. Confesso que ele me deixou confuso.

Por Paul Krugman

É verdade que a emergência de um imenso padrão centro/periferia foi um dos principais elementos envolvidos na decolagem chinesa, e isso é uma gratificante confirmação de algumas hipóteses do meu trabalho acadêmico; de fato, adquiri certo gosto por usar a China como ilustração das questões da “nova geografia econômica”.

Mas não consigo compreender a lógica por trás da conclusão do autor segundo a qual isso significa que não deveríamos pressionar a China a encerrar a manipulação de sua moeda. Me parece que a afirmação simplesmente surge do nada.

E há algo que as pessoas não parecem perceber suficientemente: a China não apresentou superávits durante todo o seu boom econômico. Ao contrário, esses grandes superávits são um dado relativamente recente.

A meu ver, isso sugere que os superávits – e a manipulação monetária – não estão intimamente relacionados ao crescimento chinês e não são necessários para que tal crescimento prossiga.

*Economista estadunidense, articulista do New York Times