Paul Krugman: A geografia e o superávit chinês
Imagino que eu deva reagir a este artigo segundo o qual a geografia, e não a taxa de câmbio, seria a explicação para o superávit chinês. Ou talvez não seja essa a mensagem do texto. Confesso que ele me deixou confuso.
Por Paul Krugman
Publicado 12/08/2010 19:58
É verdade que a emergência de um imenso padrão centro/periferia foi um dos principais elementos envolvidos na decolagem chinesa, e isso é uma gratificante confirmação de algumas hipóteses do meu trabalho acadêmico; de fato, adquiri certo gosto por usar a China como ilustração das questões da “nova geografia econômica”.
Mas não consigo compreender a lógica por trás da conclusão do autor segundo a qual isso significa que não deveríamos pressionar a China a encerrar a manipulação de sua moeda. Me parece que a afirmação simplesmente surge do nada.
E há algo que as pessoas não parecem perceber suficientemente: a China não apresentou superávits durante todo o seu boom econômico. Ao contrário, esses grandes superávits são um dado relativamente recente.
A meu ver, isso sugere que os superávits – e a manipulação monetária – não estão intimamente relacionados ao crescimento chinês e não são necessários para que tal crescimento prossiga.
*Economista estadunidense, articulista do New York Times