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Debates estaduais fazem dos atuais governantes alvos prediletos

A Rede Bandeirantes exibiu nesta quinta-feira (12) os primeiros debates na TV com os candidatos ao governo do Distrito Federal e de 14 estados: São Paulo, Bahia, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Tocantins, Amazonas, Santa Catarina, Espírito Santo, Pernambuco, Goiás e Mato Grosso.

Os candidatos que lideram as pesquisas em alguns dos maiores colégios eleitorais do país foram alvos de críticas dos adversários. O tom dos ataques subiu em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco.

Confira, abaixo, um resumo dos debates nos cinco maiores colégios eleitorais do país.

São Paulo

Na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o candidato tucano Geraldo Alckmin foi cobrado pelo resultado dos governos comandados por seu partido no estado. "Depois de 16 anos que o PSDB governa o estado de São Paulo, os problemas não foram resolvidos", provocou o senador Aloizio Mercadante (PT), segundo colocado nos levantamentos de intenção de voto.

Participaram também do debate os candidatos Celso Russomano (PP), Paulo Skaf (PSB), Fábio Feldmann (PV) e Paulo Búfalo (PSOL).

Alckmin também foi questionado sobre a segurança pública, a disseminação do consumo de drogas, o preço dos pedágios, educação e saúde. Acuado, o candidato tucano partiu para o ataque contra o governo do presidente Lula, em tom mais incisivo do que o adotado pelo presidenciável José Serra.

Aliados ao governo Lula no plano federal, Mercadante, Russomanno e Skaf uniram-se em alguns momentos do debate nos ataques ao PSDB de Alckmin. O tucano contou com a solidariedade apenas do fraco candidato do PV, Fábio Feldmann.

Em suas considerações finais, Mercadante enfatizou sua participação no governo Lula e afirmou que tem a honra de ser o líder do governo do presidente no Senado. Já Alckmin preferiu associar-se à imagem de Mário Covas, morto em 2001, e só mencionou Serra duas vezes durante todo o debate.

Segundo a campanha de Mercadante, pesquisa qualitativa com grupos que assistiram ao debate mostrou que o petista teve o melhor desempenho.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, o clima esquentou no quarto bloco. O candidato tucano, Antônio Anastasia, subiu o tom contra o rival Hélio Costa (PMDB) quando questionou o peemedebista sobre a intenção de, se eleito, levar para o governo mineiro Carlos Henrique Custódio – ex-presidente dos Correios.

O senador retrucou dizendo que Anastasia está mal informado. "O candidato (Anastasia) faz parte de um lobby paulista que está mal informado sobre a questão e procura apenas desestabilizar o governo federal”,

Costa e Anastasia não perderam a oportunidade de vincular suas candidaturas respectivamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ex-governador Aécio Neves (PSDB), donos de elevados índices de popularidade no estado.

Além de Costa e Anastasia, participaram do debate mais três concorrentes ao governo de Minas Gerais: professor Luiz Carlos (PSOL), o deputado federal José Fernando (PV) e Edilson Nascimento (PTdoB).

Rio de Janeiro

O candidato à reeleição, Sérgio Cabral (PMDB) também foi alvo de críticas dos adversários. Os ataques pessoais ao governador geraram dois direitos de resposta para que Cabral pudesse se defender. Líder das pesquisas de intenção de voto, o candidato do PMDB disse que os ataques dos adversários foram "ilações absolutamente irresponsáveis".

O governador focou sua participação na defesa das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que ajudaram a diminuir a violência no Rio, e na sintonia entre os governos federal, estadual e municipal.

O candidato do PV, Fernando Gabeira, mostrou que está cada vez mais à direita. “Sou ex-Gabeira e cada vez sou mais "ex". Compreendi o fracasso que foi o socialismo, o desastre que é Cuba e a Coreia do Norte. Eles destruíram o meio ambiente. Viajei pela ex-Tchecoslováquia e a Alemanha Oriental. O século 20 já acabou pra mim”, disse. Gabeira também teve que se defender da acusação de estar aliado ao ex-prefeito Cesar Maia (DEM).

Os demais participantes do debate no Rio foram Fernando Peregrino (PR) e Jefferson Moura (PSOL).

Bahia

O primeiro debate entre candidatos a governador da Bahia foi marcado pela união de esforços entre os candidatos Paulo Souto (DEM) e Geddel Vieira Lima (PMDB), respectivamente segundo e terceiro colocados nas pesquisas, nas críticas contra o governador e candidato à reeleição Jaques Wagner (PT), que lidera as intenções de votos, com 46%.

Wagner rebateu as críticas ao aumento dos índices da violência no estado e disse que foi o governador que "mais contratou policiais na história da Bahia" – mais de 6.000 agentes convocados.

"Tivemos um primeiro ano duro, por isso trocamos todo o comando da segurança pública. Mas investimos em novos veículos, armas, além de habitação, saúde e esporte", disse.

O candidato do PSOL, Marcos Mendes, tentou imitar o candidato de seu partido à Presidência, Plínio Arruda, e tentou criar polêmicas e constrangimentos apara os concorrentes. Criticou Geddel Vieira de Lima por ter enviado à Bahia, em 2009, mais da metade dos recursos do Ministério da Integração Nacional, pasta que comandava na época. E desafiou Jacques Wagner a beber um frasco de água supostamente contaminada da cidade baiana de Caetité.

Além dos quatro candidatos citados acima, o debate contou ainda com a presença do candidato do PV, Luiz Bassuma.

Rio Grande do Sul

Tarso Genro (PT), José Fogaça (PMDB), Yeda Crusius (PSDB), Carlos Schneider (PMN), Pedro Ruas (PSOL), Aroldo Medina (PRP) e Montserrat Martins (PV) confrontaram-se no primeiro debate entre os candidatos ao governo gaúcho.

Foi Yeda Crusius quem recebeu a maioria das críticas. O clima esquentou depois que Tarso Genro vinculou José Fogaça, seu principal adversário, aos escândalos de corrupção que eclodiram no estado nos últimos anos.

Após Yeda chamar de "coisa do passado" o desvio de 44 milhões no Detran, Tarso e Fogaça trocaram farpas.

O tema da corrupção também foi levantado por Pedro Ruas, que tem 1% na pesquisa, e fez o papel de franco-atirador no debate. Ele culpou Yeda pelo "caos na saúde", porque, segundo ele, ela não combateu a corrupção no governo.

Apesar de não apoiar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff no estado, Fogaça tentou pegar carona na popularidade do governo Lula. Fogaça defendeu a política econômica aplicada por Fernando Henrique Cardoso e disse que Lula a tinha mantido. Tarso discordou veementemente: “Lula não manteve a política monetária do governo anterior. Usou rigidez, mas fez o contrário, colocou o Estado para induzir o desenvolvimento, colocou o Banco do Brasil para incentivar a economia”. E conclui sobre a intervenção de Fogaça: “Essa visão (de Fogaça) é de oposição (ao governo Lula), mas que quer pegar uma carona com o Presidente que tem 80% de aprovação”.

Da redação,
Com agências