Marina diz que não quer usar imagem de Lula de forma oportunista
A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, não pretende usar de forma "oportunista" a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral, embora a atuação de 30 anos ao lado de Lula não possa ser reescrita, nem deva ser escondida. A afirmação foi feita hoje, durante o 8º Congresso Brasileiro de Jornais (CBJ), promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) no Rio de Janeiro.
Publicado 20/08/2010 15:43
"Eu não sou favorável a reescrever a história. A minha história durante 30 anos esteve junto à história do presidente Lula e durante cinco anos como sua ministra. Se a história revela esse ponto de contato, naquilo que, sem ferir o TSE [Tribunal Superior Eleitoral], for necessário colocar, não vejo porque deva ser aviltado nem escondido", disse a candidata. "Agora, obviamente eu terei todo o cuidado de não fazer uso oportunista da imagem de quem quer que seja", acrescentou.
Questionada se o teor da propaganda do candidato do PSDB, José Serra, poderia ser considerado oportunista, Marina evitou polêmicas. Ontem, no mesmo evento, a atual líder das pesquisas, Dilma Rousseff, do PT, taxou de "patética" as tentativas da campanha tucana de aproveitar a popularidade de Lula.
"Eu não tenho a avaliação de contexto porque não vi o programa. Estou falando da minha atitude, da minha postura. Essa será a minha postura", frisou a candidata do PV.
Marina foi a terceira candidata à presidência a assinar, no 8º CBJ, a Declaração de Chapultepec, depois de Serra e Dilma, comprometendo-se com a liberdade de expressão e de imprensa.
"Eu vejo que temos de reafirmar os valores pelos quais lutamos tantos anos, independentemente de quem seja o governo. E que cada governo se beneficie da democracia que temos, que é a melhor forma de estabelecer o controle sobre as nossas ações", ponderou Marina. "Ações de governo devem ser transparentes, devem ser acompanhadas pelas instituições públicas e pelas instituições criadas pela sociedade. A imprensa é uma forma de controle social sobre a ação dos governantes e sobre a ação do Estado em benefício da sociedade", considerou a candidata.
Perguntada sobre o passado da candidata Dilma Rousseff, que fez parte de grupos que combateram o regime militar nas décadas de 60 e 70, Marina lembrou que os quatro principais candidatos ao Palácio do Planalto tem um passado de lutas pela democracia.
"Acredito que todos os que lutaram pela democracia naquela época estavam imbuídos em valores socialistas. Tanto o governador Serra, quanto a ministra Dilma, quanto eu e Plínio [de Arruda Sampaio, do PSOL], todos estavam referenciados na visão humanista do socialismo", disse.
Fonte: Valor Online