A luta para eleger Dilma e fortalecer o PCdoB
A reunião do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil realizada no último sábado foi um fato marcante na fase decisiva em que o país se encontra, no auge da batalha política-eleitoral.
Por José Reinaldo Carvalho*
Publicado 22/08/2010 12:21
A direção comunista formulou mais uma vez, com toda a clareza, os objetivos estratégicos do partido na disputa – a eleição de Dilma Rousseff presidente da República e a formação de uma forte bancada comunista de deputados e senadores, num quadro em que, como nunca antes, é indispensável o crescimento geral das esquerdas.
A eleição de Dilma Rousseff tem enorme significado para o aprofundamento da luta do povo brasileiro pela sua emancipação nacional e social, pela construção de um país independente, democrático, socialmente avançado, a fim de pavimentar novos caminhos na luta pelo socialismo.
A conquista do terceiro mandato presidencial pelas forças democráticas, populares e patrióticas permitirá dar sequência e aprofundar a trajetória iniciada com a primeira eleição de Lula em 2002, manter e consolidar as conquistas políticas, econômicas e sociais obtidas pelo povo brasileiro sob a liderança do mais exitoso e prestigiado presidente da República em toda a história do país.
Para a América Latina e o mundo, a vitória de Dilma Rousseff também é carregada de significados. Não é algo indiferente às forças revolucionárias e progressistas do orbe se um país com a dimensão geopolítica como o Brasil vai estar sob orientação avançada ou retrógrada.
O governo do presidente Lula situou o Brasil num novo lugar no concerto internacional, a partir do qual o Brasil exerceu novo papel na luta pela paz, pelo respeito ao direito internacional, em defesa da soberania dos povos e nações oprimidos contra as políticas intervencionistas do imperialismo. O Brasil de Lula foi solidário com os países revolucionários da América Latina, mostrou-se amigo leal de Cuba e da Venezuela, olhou a África e o Oriente Médio com mirada diferente, contribuindo para o combate à pobreza e para fomentar políticas de desenvolvimento econômico. Sem ambições de potência imperial, o governo soberano e democrático de Lula alçou o Brasil a posição de destaque, passando a formar, ao lado de outros grandes países em desenvolvimento, importante polo com influência nos esforços por um mundo de paz e por uma nova ordem política e econômica mundial.
A interrupção do ciclo aberto pelo governo de Lula seria um retrocesso de imensas proporções. Como disse o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, em sua intervenção na reunião do Comitê Central, “seria uma derrota estratrégica”.
Por isso, vale a repetição enfática: A vitória de Dilma Rousseff é o objetivo primordial dos comunistas na eleição do próximo dia 3 de outubro.
Novo quadro
Das eleições de 2010 emergirá novo quadro político. As forças estruturantes da nova direita brasileira – o PSDB e o DEM – poderão sair bastante combalidas, assim como os oportunistas do ex-PCB, rebatizado de PPS no início dos anos 1990.
Por outro lado, o campo liderado por Lula/Dilma tornou-se bastante amplo, tendo-se atribuído papel central à aliança PT-PMDB, que têm suavizado formulações programáticas e posturas. A reforma política deverá entrar com força na agenda política e é incontornável que ocorra uma reacomodação de forças.
Por isso, a continuidade da vitória em 3 de outubro, o êxito do terceiro governo das forças patrióticas, democráticas e populares, a se instalar em 1º de janeiro de 2011, dependerá de nitidez programática, capacidade de condução política, identidade com os anseios profundos da nação e do povo e muita mobilização política da sociedade.
A esquerda e o PCdoB
Isto só se consegue com uma esquerda forte. E não há nem poderá haver esquerda forte se o partido comunista não sair também ele próprio fortalecido na batalha eleitoral.
Por isso, o comitê central do PCdoB pôs acento e deu prioridade ao crescimento eleitoral do partido, com a eleição de uma forte bancada de deputados e senadores e, a depender das circunstâncias eleitorais sempre sujeitas a solavancos, a eleição de um governador de Estado. Este será o ponto de partida para que os comunistas desempenhem um papel mais destacado no quadro político nacional, ampliem sua influência política, difundam mais e mais as suas ideias, acerquem-se ainda mais das massas trabalhadoras e populares e nelas se enraízem.
No horizonte está a realização de grandes ideais, a conquista de vitórias históricas do nosso grande povo. Isto exige grandes lutas, portanto um grande e forte partido comunista, política e ideologicamente maduro, parte destacada de uma força democrática, popular e patriótica, para levar nosso país a seu destino de nação definitivamente próspera e liberta dos laços de dependência com o imperialismo e do domínio das classes dominantes retrógradas.
São enormes, assim, as responsabilidades do coletivo partidário – dirigentes, quadros intermediários, militantes e candidatos. Sobre estes últimos recai o peso e a honra suplementares de representar os comunistas no terreno concreto da batalha. Não importa se são ou não “celebridades”. São militantes e quadros políticos depositários da confiança do Partido, sendo deste a voz e a imagem, lideranças indispensáveis à condução das lutas do povo e combatentes por uma elevada causa – a consolidação de uma organização política portadora da missão histórica de, ao lado de outras forças revolucionárias, conduzir o povo brasileiro na luta pelo socialismo.
*Secretário Nacional de Comunicação do PCdoB