Governador diz que debate esclarecerá mentiras da oposição

O governador Marcelo Déda (PT) está disposto a debater com o ex-governador João Alves Filho (DEM) e garante que oportunidade não vai faltar. “A vantagem de debater com o ex-governador João Alves Filho é que nossos projetos são totalmente antagônicos em todos os sentidos, sejam eles de visão administrativa, ideológica, de práticas cotidianas e maneiras de agir. Somos dois opostos”, diz Déda. Ele afirma ainda que João tenta enganar o povo dizendo serem suas as obras realizadas na gestão Déda.

Governador está pronto para o debate - Divulgação

“O povo não é burro, nem besta. As pessoas estão vendo minhas obras e sabem que é este governo que está realizando”, comenta. O governador e candidato à reeleição considera normal as críticas da oposição, mas condena a mentira. Em entrevista ao Jornal da cidade, o governador fala de sua campanha.

JORNAL DA CIDADE – Governador, como tem sido a receptividade de sua candidatura no Estado?
MARCELO DÉDA – A recepção tem sido a melhor possível. Em cada rosto, em cada gesto, em cada olhar, em cada abraço que tenho recebido nesta caminhada tenho tido a certeza de que estamos no caminho certo, que valeu à pena a nossa luta para conquistar o governo, iniciar o processo de mudança que está em pleno andamento, deixando para trás as práticas administrativas que não permitiam que Sergipe pudesse dar um salto em direção ao desenvolvimento. As pessoas percebem que o nosso trabalho está devolvendo Sergipe para os sergipanos, através da aplicação dos recursos públicos com ética e eficiência, produzindo efeitos práticos na vida das pessoas. É por isso que entrei de cabeça no processo da reeleição, porque entendo que preciso de mais quatro anos para consolidar as nossas conquistas e para evitar que Sergipe volte às práticas do século passado. O povo de Sergipe tem demonstrado que quer mais, e quem quer mais caminha para frente.

JC – O atrito entre o senador Valadares e o deputado Amorim atrapalhou (ou atrapalha) a sua campanha?
MD – Esse assunto já está superado. É natural que políticos que estejam disputando o mesmo cargo eletivo em determinados momentos encontrem situações onde os interesses fiquem conflitantes, principalmente quando se entra na realidade de cada município, onde as arrumações nem sempre seguem na mesma direção daquilo que foi definido pela chapa majoritária. É do jogo político. O que eu posso afirmar é que posso olhar nos olhos de qualquer um sem medo, nem vergonha, porque estou cumprindo religiosamente aquilo que foi pactuado quando firmamos nosso acordo, e estou pedindo os votos dos sergipanos para o senador Antônio Carlos Valadares e Eduardo Amorim.

JC – As críticas da oposição – verdadeiros bombardeios – prejudicam a sua campanha?
MD – De maneira nenhuma. Eu também fui oposição e fiz muitas críticas em relação às questões que entendia estar erradas. Surpreso eu ficaria se abrisse o JORNAL DA CIDADE e lesse uma matéria com meus adversários políticos me elogiando (risos). O que me indigna é a mentira. Mas se tem uma coisa que aprendi no dia-a-dia da vida política é que o próprio povo tem o antídoto contra a mentira e encontra formas próprias de confrontar aquilo que ouve e não soa bem com a verdade. Subestimar a capacidade de entendimento e de compreensão da realidade que o povo tem é um dos piores erros que um político pode cometer, por um motivo simples, se o discurso não cria sintonia com a realidade, com aquilo que a população está vendo, ele cai no vazio. Vou dar um exemplo. Meu adversário anda dizendo que meu governo não tem obras e que eu destruí o Estado. Quando a população trafega pela Rota do Sertão e pelas demais estradas que recuperamos ou construímos, quando as pessoas atravessam a Ponte Joel Silveira, quando são atendidas nas Clínicas de Saúde da Família ou nos hospitais que nós construímos ou reformamos, quando um aluno entra numa escola nova ou reformada, enfim, quando o cidadão e a cidadã se deparam com nossas obras espalhadas em todo o Estado a mensagem que eles ouviram entra em conflito com a realidade que ele está vivendo e aí o discurso vai por água abaixo. É o famoso tiro no pé. Uma diferença fundamental entre o nosso projeto e o projeto do nosso adversário é que nós governamos para todos os sergipanos, retribuindo aquilo que é recolhido da sociedade na forma de impostos, com obras e ações que causam impactos positivos nas vidas das pessoas.

JC – A oposição assumiu o discurso do "vamos ganhar". O senhor entra nesta linha de discurso?
MD – De maneira nenhuma. Eleição só se ganha depois da apuração dos votos. Até lá, iremos estar nas ruas incessantemente, sem descanso e sem salto alto, conversando com as pessoas explicando nossas motivações e nossos programas de governo para Sergipe continuar seguindo em frente. Agora, não posso negar que as condições estão favoráveis à continuidade do nosso projeto por que esse é o desejo da maioria dos sergipanos que estão experimentando algo novo e estão gostando. Temos pesquisas que nos apontam esta tendência e temos certeza que com coerência, muito trabalho e perseverança iremos chegar lá novamente.

JC – O ex-governador João Alves disse no JC de domingo que está ansioso para debater com o senhor? O senhor também está ansioso? O que o senhor pretende dizer a João num eventual debate?
MD – Os debates acontecerão naturalmente. Já virou tradição da nossa democracia esta forma de confronto de ideias para que a população possa avaliar os projetos dos candidatos e, particularmente, acredito que os debates contribuem com a consolidação da democracia. A vantagem de debater com o ex-governador João Alves Filho é que nossos projetos são totalmente antagônicos em todos os sentidos, sejam eles de visão administrativa, ideológica, de práticas cotidianas e maneiras de agir. Somos dois opostos. Sendo assim, o eleitor não vai ter dúvidas na hora de escolher o projeto que mais lhe contempla e isso nos dá mais confiança por que temos certeza que estamos fazendo um governo do jeito certo, mudando aquilo que não nos serve mais, sustentado em bases sólidas, planejamento estratégico, práticas modernas de governança administrativa pública e, principalmente, com compromisso com o futuro de Sergipe. Portanto, estamos prontos para o debate.

JC – O discurso da oposição de que João fez tudo em SE e que o senhor apenas concluiu seus projetos está atingindo a sua imagem no interior?
MD – De jeito nenhum. O povo não é burro, nem besta. Diferente do meu adversário, eu não nego o óbvio, nem subestimo a inteligência das pessoas. João Alves Filho foi governador por três vezes e é natural que ele tenha obras no Estado. As pessoas estão vendo minhas obras e sabem que é este governo que está realizando. O ex-governador recentemente esteve numa emissora de rádio em Alagoas e disse que a estrada Ilha das Flores-Neópolis foi ele quem construiu. Como é que pode? Se a população de lá acompanhou toda a realização da obra, do início ao término, e sabe que foi o meu governo que fez. Cai naquilo que eu respondi anteriormente, do discurso que não tem sintonia com a realidade. Cai no vazio.