Abgail é destaque no lançamento da Carta aos Gaúchos e Gaúchas
O evento de lançamento da Carta aos Gaúchos e Gaúchas transformou-se numa oportunidade para afirmar o nome de Abgail Pereira ao Senado. A exposição da candidata teve como objetivo mostrar ao eleitor que os dois votos ao Senado devem ser dados aos candidatos da Unidade Popular, enfrentando, assim, a estratégia dos adversários, que apresentaram apenas um candidato.
Publicado 30/08/2010 11:36 | Editado 04/03/2020 17:11

O resultado das pesquisas deste final de semana influenciou no tom dos discursos dos candidatos da coligação Unidade Popular pelo Rio Grande, durante o Lançamento da Carta aos Gaúchos e Gaúchas e para divulgar o plano de governo de Tarso Genro (PT) e Beto Grill (PSB), ocorrido neste domingo (29).
Entre gritos de “1, 2, 3, 4, 5, 1000. Queremos a Dilma pro Brasil”, o público, que lotou o auditório do comitê da coligação, também fazia rima com “Paim e Abgail”. Primeira a usar do microfone na cerimônia, Abgail chamou a militância presente para o compromisso e se colocou à disposição para o trabalho junto com Paim no Senado, caso eleita. “Tenho convicção que, com a Dilma e o Tarso, nós vamos fazer um bom trabalho para atender às necessidades do Estado”, disse.
Abgail teve lugar exclusivo na mesa do evento deste domingo. Tarso disparou, já nas primeiras frases, a necessidade do apoio dela e de Paim, junto com Dilma, para promoverem a continuidade no projeto do governo Lula. “Nós vamos construir mais que um bloco social e político. Vamos formar um grupo de dirigentes de gestão pública para disputar os rumos do Rio Grande do Sul, andando junto com o Brasil”, reforçou.
Liderança volátil
Perguntada sobre a liderança da adversária Ana Amelia, que subiu 12 pontos em 11 dias, Abgail ressaltou não ser surpresa e não temer a eleição. “Ela é popular em função da atividade como jornalista. Mas eu acredito em uma mobilização mais consistente, não tão midiática. Sei que a militância está comigo. A força das mulheres está sendo importante”, salientou. Apesar de seu percentual ser de apenas 4%, de acordo com o último levantamento, a candidata apresentou um discurso afirmativo e confiante. Paulo Paim, que tinha a preferência dos eleitores, na última pesquisa Datafolha, foi ultrapassado por Ana Amelia Lemos (PP) e Germano Rigotto (PMDB).
A “armadilha” do voto duplo
A principal arma dos adversários de Paim e Abgail, segundo os próprios candidatos, está sendo a votação sobre 2/3 casada com a candidatura solo de Ana Amélia e Rigotto. Sem dobradinha, ambos não têm muita dificuldade para disputar a preferência, já que, uma boa imagem somada à desinformação dos eleitores sobre o voto duplo pode resultar na eleição dos dois “na carona” dos votos de Paim.
Experiente em eleições, Paulo Paim busca o segundo mandato como senador. No final da semana passada, ele revelou ao Sul21 estar temeroso quanto à possibilidade de reverter, a tempo, os efeitos da estratégia adotada pelos adversários: “As pessoas sabem o que eu fiz no Senado, como o Estatuto da Igualdade Racial, o fator previdenciário, o reajuste da aposentadoria nacional, mas isso pode não ter chegado no interior do estado. Mas os meus votos eu não me preocupo, o que preocupa é que os próprios militantes esquecem o segundo voto”, explica Paim.
Nesse sentido, Abgail é mais otimista e acredita que o esclarecimento aos eleitores ocorrerá em tempo. “O Tribunal Regional Eleitoral está começando a atuar para esclarecer que a votação é dupla este ano e isso vai ajudar a alertar as pessoas que, para eleger Paim, temos que eleger Abgail”, disse.
Da redação local com Sul 21