Publicado 30/08/2010 11:16 | Editado 04/03/2020 16:54
Os resultados das últimas pesquisas de intenções de votos novamente apontam para um crescimento consistente, amplo, e acelerado da candidata Dilma Rousseff. Agora a candidata vence em todas as regiões e segmentos sociais. O fato mais relevante da atual pesquisa do Datafolha é a superação de Dilma em São Paulo, no Rio Grande do Sul e no Paraná. A arrancada no Sul do país e em São Paulo praticamente definem a contenda no primeiro turno, o que seria uma vitória política em toda linha do campo popular e democrático, consagrando a força e o prestígio popular de Lula.
Os números também chamam atenção pelo fato da repercussão do crescimento de Dilma nos estados, o que alavanca os seus aliados. O exemplo do impulso de Mercadante em São Paulo foi significativo. Além disso, a campanha de Dilma tem tido um percurso positivo, ascendente, gerando um clima de otimismo e confiança no conjunto da sua aliança. Serra, ao contrário, apresenta dificuldades de todo tipo, desde questões organizacionais até a falta de um eixo político claro, não consegue articular uma base programática mínima para o embate com Dilma, por isso gira feito um pião sem rumo. É claro que a questão chave, a dificuldade maior de Serra, é ir contra uma gestão e um governo exitosos. E para isso não tem remédio e marqueteiro que dê jeito.
Efeito Dilma
Num cenário de avanço consistente de Dilma, e de queda acentuada dos tucanos, é possível ocorrer um desdobramento nas disputas pelos governos estaduais: um efeito Dilma. O mesmo pode ocorrer nas disputas proporcionais, já existem projeções de uma bancada dos aliados de Dilma em torno de 380 deputados. Neste sentido, o embate eleitoral no Paraná, ainda em aberto, pode sofrer uma forte interferência desse processo, o que pode favorecer a candidatura de Osmar Dias.
No Paraná, o candidato tucano ainda leva vantagem. No entanto, o cenário político é favorável para o avanço das forças congregadas em torno do projeto liderado por Lula e Dilma e, certamente, isso fará uma enorme diferença a partir de agora. O caminho é apostar no efeito Dilma.
* É presidente estadual do PCdoB-PR e membro do Comitê Central.
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