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Um terço dos empregados trabalha mais do que reza a Constituição

Mais de 33% dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras realizam uma jornada superior a 44 horas semanais, como manda a Constituição, e 19,1% são constrangidos a trabalhar mais que 48 horas semanais. A informação consta no livro "Duração do trabalho em todo o mundo: Tendências de jornadas de trabalho, legislação e políticas numa perspectiva global comparada", lançada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Em 2008, de acordo com a organização, a população brasileira empregada trabalhou uma jornada média semanal de 40,8 horas, ou seja, inferior ao tempo de trabalho definido na Constituição, que deveria ser o máximo. Pouco mais de 23,1% trabalharam menos de 35 horas por semana. Mas, a situação é diferente segundo os ramos e atividades econômicas.

Donas de casa

De acordo com o livro, de autoria dos especialistas da OIT Sangheon Lee, Deirdre McCann e Jon Messenger, os homens trabalham mais (44 horas) do que as mulheres (36,4 horas). Porém, entre as mulheres ocupadas, 87,8% também realiza afazeres domésticos.

Entre os homens, 46,5% também trabalham em casa. A média de horas semanais dedicadas aos afazeres domésticos foi de 18,3 pelas mulheres e de 4,3 pelos homens ocupados. Em todo o mundo, segundo a OIT, em torno de 22% das pessoas, ou 614,2 milhões de trabalhadores, trabalham mais de 48 horas semanais.

No Brasil, as centrais sindicais estão unidas na luta em defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salários. A medida, de acordo com economistas do Dieese, pode resultar na geração de mais de 2 milhões de empregos formais, mas esbarra numa forte resistência do setor patronal.

Da redação, com Diap