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Debate sobre América Latina foi destaque na Festa do Avante

A América Latina foi o tema de um concorrido debate do Palco da Solidariedade, no Espaço Internacional da Festa do Avante, que ocorreu entre os dias 3 e 5 de setembro, em Lisboa, Portugal. O continente rebelde foi analisado pelos representantes do Brasil, Cuba, Colômbia e Portugal. Apesar do forte sol de início de tarde, centenas de pessoas acompanharam tentamente as discussões.

“Dois séculos depois de Simon Bolívar, a América Latina novamente se levanta e caminha em direção a sua independência, por isso o PCP traz para esta Festa este importante debate”, resumiu o membro do Comitê Central do PCP, Luis Carapinha, ao iniciar a atividade.

Representando os comunistas brasileiros, José Reinaldo Carvalho, membro do secretariado nacional do PCdoB, avaliou que o continente vive um momento único e que nos últimos tempos passou por três ciclos. O primeiro foi marcado por ditaduras militares orquestradas pelos Estados Unidos. Depois, veio o ciclo do neoliberalismo com suas políticas de lesa-pátria. O terceiro ciclo, ainda em curso, foi inaugurado com a eleição de Hugo Chávez em 1998 na Venezuela e é marcado pela eleição de governos progressistas e de esquerda na maioria dos países.

“O PCdoB valoriza enormemente este processo que vive a América Latina e tem orgulho de fazer parte deste ciclo de avanço, contribuindo com o governo Lula nas mudanças implementadas no nosso pais”, analisou José Reinaldo.

O dirigente do PCdoB ressaltou que no atual período os povos latino-americanos estão conquistando muitas vitórias quanto à defesa da soberania nacional, à ampliação da democracia e à obtenção de progressos econômicos e sociais. Assinalou que o processo tem seus limites e contradições, mas avança.

Falando em nome do Partido dos Trabalhadores, o membro do Diretório Nacional, Rubens Alves, fez um relato da disputa eleitoral em curso. Ele informou sobre as últimas pesquisas, destacando a tendência de vitória de Dilma Rousseff.

Também concordou que a América Latina avança para sua independência o representante do Partido Comunista Colombiano, Carlos Losano. Para ele, o exemplo de Cuba, antes o único país com a esquerda à frente do governo, se estendeu por todo o continente. Losano fez um relato da situação do seu país, onde “a direita se impõe através da violência e do apoio dos Estados Unidos. Os governos norte-americanos transformaram nossa Colômbia no que representa Israel para o Oriente Médio”.

Último a fazer a sua análise, o membro do Partido Comunista Cubano, José Ezequiel, afirmou que apesar das investidas dos Estados Unidos, o governo cubano vai manter o caráter socialista da Revolução cubana. Ezequiel fez um apelo pela solidariedade dos povos do mundo com os cinco patriotas cubanos que estão presos no Estados Unidos.

De Lisboa,
Kerison Lopes