PH Amorim defende o Centro Barão de Itararé em debate sobre mídia

Concebido e presidido pelo jornalista do Portal Vermelho, Altamiro Borges, o Centro Barão de Itararé fundamenta-se no alicerce da democratização dos meios de comunicação. Em encontro realizado em agosto, em São Paulo, e que reuniu 380 blogueiros de todo o país, a entidade encaminhou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN ao Supremo Tribunal Federal contra o Congresso Nacional, por omissão na regulamentação dos artigos da Constituição de 1988 que tratam da Comunicação e, entre outros pontos, proíbe a formação de oligopólios.

“As famílias Marinho, Frias e Mesquita controlam a comunicação no Brasil e se transformaram no partido da oposição”, criticou PH Amorim. A referência é direta à Rede Globo e aos grupos Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. Com 45% da audiência, a Globo detém, sozinha, 75% da publicidade na televisão brasileira; sendo que a TV abarca 50% de toda a publicidade feita no país. “Significa que, a cada um real investido em toda a publicidade nacional, a Globo fica com 35 centavos”, explica o jornalista e apresentador.

E é precisamente esse monopólio que permite a manipulação da informação e que motivou a realização do ato contra o golpismo midiático e em defesa da democracia no último dia 23, organizado pela Barão de Itararé em protesto à cobertura das eleições. As próprias pesquisas de intenção de votos exemplificam o tratamento dado à informação nos grandes veículos: enquanto o Datafolha aponta queda da presidenciável do PT, Dilma Rousseff, o Vox Populi, que faz o tracking diário, a mantém com o mesmo percentual desde o início das sondagens, há 28 dias. “O ‘Datafalha’ trabalha para produzir a manchete do Jornal Nacional, junto com o ‘Globope’. Já o Vox Populi não tem acesso à emissora, mas tem à internet, aos blogs e ao twitter que permitem furar esse bloqueio imposto pelo PIG”, pontuou Paulo Henrique Amorim, cujo blog, Conversa Afiada, registrou mais de 5 milhões de acessos mês passado.

A universalização da banda larga, portanto, desponta como o novo caminho da liberdade de expressão e da democratização da informação. Recentemente, inclusive, o governo federal apresentou o Plano Nacional de Banda Larga com o objetivo de massificar, até 2014, a oferta de acessos à internet e de promover o crescimento da capacidade de infraestrutura das telecomunicações no país.

Entretanto, atenta PHA, ainda é preciso enfrentar a censura política e a tentativa de controle da internet, como aconteceu recentemente na China, onde o governo restringiu o acesso dos usuários do Google – maior sistema de buscas da internet – a determinados sites em imposição a sua entrada no país. E, mais uma vez concordando às pesquisas e objetivos do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Amorim defendeu o amplo acesso à internet de alta velocidade como instrumento fundamental na democratização da comunicação e na oferta de pluralidade e diversidade informativa. “Assegurar banda larga universal, neutra e barata, porque a internet, sem dúvida, é a saída”, arrematou.

De Salvador,
Camila Jasmin