Eleição do Peru fica nas mãos de juízes pouco confiáveis
A eleição da prefeita da capital peruana, vencida (até agora) por Susana Villarán, de centro-esquerda, acabou nas mãos de cinco júris pouco confiáveis, segundo diversos meios de imprensa.
Publicado 06/10/2010 19:15
Os júris eleitorais especiais (JEE) deverão revisar, aprovar ou anular mais de oito mil atas, com aproximadamente um milhão e meio de votos, depois das eleições regionais e municipais.
Segundo versões jornalísticas, os presidentes desses tribunais não são confiáveis porque foram designados, em junho passado, pelo presidente da Corte Superior de Lima, César Vega, unido ao governante Partido Aprista.
O Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) terminou ontem à noite a verificação de todas as atas não observadas e estabeleceu que Villarán conseguiu o primeiro lugar com 38,49% ou 1 milhão 318 mil 614 votos.
Em segundo lugar ficou a conservadora Lourdes Flores, que obteve 37,58% ou 1 milhão 287 mil 164 votos, isto é, 31 mil 164 votos a menos que Villarán.
A conta confirmou as pesquisas de boca de urna – nas portas dos colégios eleitorais – e a muito representativa contagem rápida – mostra de atas. Apesar disso, Flores não se resigna e diz que os votos pendentes decidirão.
A demora na finalização da computação e o incomum elevado número de atas observadas, 26,19% do total, motivam preocupações em meios de imprensa críticos do governo e setores unidos à Força Social, grupo de Villarán.
Nílver López, dirigente do Movimento Nova Esquerda (MNI), aliado da candidata, manifestou preocupação pela possibilidade de uma fraude, e o ex-ministro de Trabalho Fernando Villarán – irmão de Susana Villarán – foi além e disse que "a fraude está em marcha".
No entanto, o presidente Alan García, acusado por Villarán e outros setores de oposição de apoiar Flores, recusou a possibilidade de uma fraude e a chefe da ONPE, Margarita Chu, também descartou qualquer "manejo obscuro".
Fonte: Prensa Latina