Brasil acerta na prevenção da exploração sexual de crianças
“Nós deveríamos ter feito o que vocês estão fazendo aqui, começar com quatro anos de antecedência e envolver o trade turístico”, afirmou a coordenadora da ONG Jo’burg Child Welfare, Caroline Bews, da África do Sul, no Encontro Preparatório Nacional – Oficinas Pró-Copa, nesta quarta-feira (6), em Brasília. Para a coordenadora, a proteção de crianças e jovens durante o Mundial de 2010 foi realizada de uma forma geral.
Publicado 07/10/2010 12:23
A experiência sul-africana de prevenção à exploração sexual infantil foi o primeiro tema discutido durante o evento organizado pelo Ministério do Turismo (MTur) e pelo Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília (CET/UNB). Segundo Bews, as primeiras reuniões sobre o tema na África do Sul aconteceram com um ano de antecedência.
Uma das iniciativas adotadas na África do Sul foi a criação de Espaços Amigos da Criança em quatro áreas que sediaram os jogos: Joanesburgo, Soweto, Porto Elizabeth e Nelspruit. Os espaços ofereciam atividades e identificação para as crianças durante as Fan Fests. Outra importante medida foi a aprovação da legislação de proteção dos direitos da criança em abril de 2010.
A recomendação que a coordenadora deixa para o Brasil é um bom envolvimento das crianças na escola no período dos jogos. “Os nossos alunos assistiam aos jogos com os pais em bares e tabernas”, relatou. Além disso, segundo Bews, as crianças sul-africanas ficaram três meses sem aula. As férias escolares do meio do ano foram prolongadas por causa da Copa.
Debate antecipado
A Copa do Mundo de 2014 deverá atrair mais de 600 mil turistas ao Brasil, o que levou o Ministério do Turismo e a Universidade de Brasília (UnB) a promoverem desde já um encontro de representantes de entidades nacionais e internacionais atuantes no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo. O Encontro Preparatório Nacional Oficinas Pró-Copa, iniciado ontem, termina nesta quinta-feira (7).
O evento debate as ações a serem implementadas nas 12 cidades-sede da Copa e em João Pessoa (PB), subsede do evento, até o início dos jogos, para inibir a exploração sexual de crianças e adolescentes praticada por turistas. A meta é mobilizar 390 agentes multiplicadores dos setores público e privado, especialmente profissionais e empresários do turismo, por meio de 13 oficinas, e desenvolver uma matriz de responsabilidade para a prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes para a Copa do Mundo de 2014.
O Projeto de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo teve início em dezembro de 2009 e formou, até o momento, 163 multiplicadores em todo País.
Também faz parte das ações a validação de um Documento Referencial para as campanhas nacionais de prevenção a exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo, visando a Copa do Mundo 2014 e a análise situacional sobre as possíveis vulnerabilidades que o Brasil enfrentará nas questões de violências com crianças e adolescentes com o advento da Copa do Mundo 2014.
Com informações do Ministério do Turismo