Entre federais mais votados na Bahia, Daniel vai para 3º mandato
Eleito, no último domingo, para o seu terceiro mandato consecutivo na Câmara de Deputados, o comunista Daniel Almeida figura entre os dez candidatos a deputado federal mais votados da Bahia. Obteve mais de 135 mil votos, o equivalente a 2,03%. Aos 55 anos, o operário têxtil que preside o PCdoB no Estado conseguiu ampliar seu número de eleitores em quase 50 mil. Agora, se empenha pela vitória da presidenciável Dilma Rousseff, neste segundo turno.
Publicado 08/10/2010 19:22

Em 2002, Daniel – militante de seu partido há 25 anos – recebeu 95.485 votos na disputa para o Congresso e, na eleição seguinte, em 2006, obteve 86.881 mil. Desta vez, é o décimo colocado no ranking dos mais votados. Sua coligação, formada por PCdoB, PT, PSB,PDT, PP, PHS, PRB elegeu 22 deputados, entre eles, três comunistas. Na capital, Daniel Almeida foi o 7º mais votado.
“Nós fomos o único estado que elegeu três federais do PCdoB, e bem colocados na chapa que compusemos. Portanto, tivemos um desempenho que se destaca no cenário nacional, cumprindo a meta estipulada”, afirmou Almeida, sobre o desempenho do PCdoB no estado.
“É uma demonstração do crescimento e amadurecimento do partido, o que aumenta a nossa responsabilidade para conquistar espaços em defesa de uma condição de vida cada vez melhor para o povo”, complementou.
O crescimento no desempenho de Daniel está associado à sua atuação como parlamentar. No ano passado, ele começou a comandar a bancada comunista na Câmara dos Deputados. E, em 2010, assumiu a liderança do chamado Bloco de Esquerda, quinta maior força da Casa, formado então por quatro partidos e 50 parlamentares.
Daniel Almeida foi várias vezes premiado pelo seu trabalho. Em 2005 e 2006, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) o identificou como um dos deputados mais atuantes e influentes do Congresso. O comunista participou das comissões que discutiram a valorização do salário mínimo, a reforma sindical e o Código Brasileiro dos Combustíveis.
Propôs a CPI para investigar a privatização das teles e os aumentos abusivos das tarifas, foi um dos membros da CPMI que investigou a compra de votos e participa das comissões de Defesa do Consumidor, do Meio Ambiente, de Direitos Humanos e a do Trabalho, Administração e Serviço Público.
Daniel faz parte das frentes parlamentares de Combate à Pirataria, Educação Profissionalizante, Defesa da Igualdade Racial, do Estatuto de Acessibilidade e de Defesa da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. É de autoria dele a lei que cria o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, comemorado no dia 21 de janeiro; a proposta de redução da jornada de trabalho, em tramitação na Câmara; além de outros projetos de interesse social.
O deputado iniciou sua militância política na antiga Escola Técnica (hoje Cefet). Foi presidente do Sinditêxtil e da CUT Metropolitana e vereador em Salvador por quatro mandatos. Candidatou-se ao Senado em 1998.
"Bahia quer avançar"
"O povo baiano confirmou que quer continuar avançando, ao aprovar a candidatura de Dilma para presidente, ao reeleger Wagner governador, Lídice e Pinheiro senadores e uma bancada de deputados do time de Lula", disse o deputado sobre o bom resultado das eleições no seu estado.
Segundo Daniel, se fosse pela vontade dos baianos, Dilma estaria eleita no primeiro turno. Na Bahia Dilma alcançou a margem de 62,62% dos votos válidos. "A Bahia vai ajudar a confirmar o favoritismo que dará a vitória de Dilma, a primeira presidenta do Brasil", destacou Daniel, sinalizando seu empenho e engajamento na campanha da petista nesse segundo turno.