Mulher mais votada no Rio, Jandira volta à Câmara para 5º mandato

"Agradeço a todos que colaboraram, direta ou indiretamente, pela vitória registrada nas urnas no último dia 3. Em especial, agradeço às mulheres, à juventude e aos trabalhadores do nosso estado, que vestiram a nossa camisa e acreditaram na possibilidade de um futuro melhor. E hoje, eleita a mulher mais votada no estado para o cargo de deputada federal, deixo a todos o meu carinho e o meu mais sincero muito obrigada", disse Jandira, no seu site, após a vitória.

Jandira afirmou que, nos meses de campanha, teve a oportunidade de conhecer melhor a população . "Conheci verdadeiros cidadãos. Pessoas que trabalham duro para manter suas famílias, e que apesar de todas as dificuldades do dia a dia, ainda sonham com um país menos desigual. Recebi o apoio de quem vive a realidade do Rio de Janeiro. E para quem trabalharei novamente no Congresso Nacional", comprometeu-se.

Médica, mãe de dois filhos, Jandira Feghali tem uma ligação antiga com o parlamento. Ela iniciou sua carreira política, em 1986, aos 29 anos, quando foi eleita deputada estadual pelo PCdoB do Rio de Janeiro. De 1991 a 2006, cumpriu quatro mandatos como deputada federal.

No Congresso Nacional, dedicou-se à luta em defesa da saúde e previdência públicas, pelos direitos das mulheres, fortalecimento do setor naval e marinha mercante, democratização dos meios de comunicação e contra o esvaziamento econômico do Rio. Nessa época, foi considerada uma das 100 “cabeças” mais influentes do Congresso Nacional, eleita pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.

Dentre suas diversas conquistas, destacam-se a lei que prevê cirurgia reparadora de mama em casos de câncer; o texto final da Lei que concede licença maternidade à mãe adotante e a Lei Maria da Penha, que pune os culpados por atos de agressão contra mulheres e prevê uma série de benefícios às vítimas de violência doméstica ou familiar.

Em 2006, Jandira candidatou-se ao Senado e chegou a a liderar todas pesquisas de opinião durante boa parte da campanha. Vítima de uma campanha que a associava de forma negativa aos movimentos pela descriminalização do aborto – semelhante ao que tentam fazer agora com a presidenciável Dilma Rousseff -, Jandira terminou não se elegendo.

No ano seguinte, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia de Niterói, e conseguiu, junto ao Governo Federal, várias obras para a melhoria dos trabalhadores daquela cidade, como o Terminal Pesqueiro, a Casa do Trabalhador, a implantação do Projeto de Inclusão Digital e o Centro Audiovisual.

Na última disputa municipal, a comunista concorreu à prefeitura e, com a vitória de Eduardo Paes, assumiu a Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, levando à cidade um conceito inovador de gestão. Promoveu uma melhor ocupação do espaço público – como com o Viradão Carioca-, defendeu a economia criativa e democratizou a gestão, o acesso e os recursos, valorizando o patrimônio cultural e a intervenção urbana, como no Lapa Legal. Criou o primeiro Conselho Municipal de Cultura e realizou a Conferência Municipal de Cultura, que colocou o Rio em rede com todo o Brasil.

Depois de anunciado o resultado eleitoral, Jandira correu para reforçar a campanha de Dilma Rousseff. Na própria terça-feira (5) organizou uma atividade na Central do Brasil, onde fez bandeiraço e distribui panfletos em apoio à candidatura da petista.

"Votar em Dilma é dar continuidade ao ciclo iniciado com o Governo Lula e avançar nas mudanças. É apostar numa mulher que tem no seu corpo e na sua alma as marcas da luta pela democracia e pela liberdade. É ter certeza do compromisso de um governo com o seu povo. É eleger a primeira mulher presidente do Brasil. Vamos ao segundo turno com garra e energia!", diz Jandira, em mensagem publicada no seu site.