Jô contensta manipulação do papel da mulher nas eleições

“Quero aqui registrar algo que é de se lamentar: a manipulação relativa às mulheres neste processo eleitoral. A manipulação de questões religiosas de foro íntimo, utilizadas e instrumentalizadas na disputada eleitoral. As questões relativas à saúde da mulher, os problemas da assistência àquelas que interrompem a gravidez, são problemas de política pública que esta Casa deve discutir, e que a sociedade deve opinar”, pontuou.

Enfrentamento

Para Jô Moraes, um dos maiores desafios da democracia brasileira é a incorporação das mulheres nas instâncias de poder. Ela lembrou que as mulheres já superaram os homens nas universidades, no mercado de trabalho e ampliam e fortalecem suas presenças nas empresas e organizações sociais. Mas o mesmo não acontece nas instâncias de poder político.

Ao classificar de contraditória a situação vivenciada, a parlamentar citou alguns dados da representação feminina e questionou o sistema de cotas. “Tivemos duas mulheres disputando as eleições presidenciais e chegamos ao segundo turno com uma mulher que, com toda certeza, alcançará a escolha majoritária da população brasileira.Se vivemos esta situação na instância presidencial, aqui, nesta Casa, a bancada feminina reduziu sua presença: em 2006, elegemos 47 deputadas; em 2010, 43, provavelmente chegaremos a 44, porque, com toda certeza, a deputada Maria do Rosário ganhará o recurso a qual o eleitorado lhe garantiu sua escolha”.

O que temos que tentar compreender?, questionou para em seguida responder: “Primeiro, as cotas não são suficientes. Se não alterarmos o sistema político eleitoral deste País, garantindo o financiamento público e a lista pré-ordenada, não chegaremos lá. O papel do poder econômico ainda é muito grande e as mulheres estão longe dele”, afirmo