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Jô Moraes é a única deputada federal eleita por Minas

Cerca de 106 mil eleitores mineiros reafirmaram no último domingo (3) a confiança no trabalho e nas propostas apresentadas pela deputada federal Maria do Socorro Jô Moraes (PCdoB-MG). Nos próximos quatro anos, ela será a única mulher a representar o estado de Minas Gerais no Congresso Nacional.

Jô Moraes

Enquanto ainda recebia os cumprimentos pela reeleição, Jô Moraes falou sobre as conquistas do PCdoB nas eleições desse ano. Ela afirmou que a ousada decisão de lançar dois candidatos à Câmara Federal, uma chapa para a Assembleia Legislativa e um candidato ao Senado teve resultados positivos.

“Sabíamos que não seria fácil conquistar a segunda vaga, porque dependia do resultado do nosso candidato majoritário. Conseguimos manter nossa vaga federal e ampliar nossa presença na Assembleia. E conseguimos alcançar 1,5 milhão de votos para o Senado”.

Segundo Jô, durante as eleições deste ano, a militância mineira assumiu um papel fundamental. “A militância do PCdoB assumiu um intenso protagonismo, utilizando, inclusive, muita criatividade para enfrentar a ausência de recursos. A pré-boca de urna foi feita nos locais de trabalho por garçons, trabalhadoras de salão de beleza, vendedoras de cosméticos… Enfim, aquelas pessoas que não tinham condições de militar em tempo integral na campanha o fizeram em seus próprios locais de trabalho”.

A candidata comunista – que disputou pela primeira vez uma cadeira no Congresso Nacional em 2006, quando foi eleita a deputada com maior votação de toda a esquerda mineira: 111,3 mil votos – disse ainda que os resultados da eleição deste ano mostram a convicção da militância do PCdoB no estado. “O PCdoB aqui reafirmou suas posições de independência, de não submissão e de deixar claro para a sociedade que a esquerda não se rende neste estado”.

Militância

A militância política de Jô Moraes teve início no movimento estudantil secundarista, ainda no seu estado natal, a Paraíba. Ela foi presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Serviço Social e diretora da União Estadual dos Estudantes.

Durante a Ditadura Militar foi presa duas vezes. Numa delas, ficou detida por uma semana, quando usava codinome, e liberada por falta de provas. Descoberta sua verdadeira identidade, Jô Moraes foi condenada à revelia pela Justiça Militar e viveu 10 anos na clandestinidade, até o advento da anistia.
Estudante, ela integrou a organização revolucionária Ação Popular, incorporando-se, em 1972, ao Partido Comunista do Brasil. Jô Moraes é autora de dois livros sobre discriminação de gênero: “Pelos Direitos e Pela Emancipação da Mulher” e “Esta Imponderável Mulher”.

Eleições e atuação

Eleita vereadora de Belo Horizonte por duas vezes (1996 e 2000), atuou nas comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal. Em 2002 foi eleita deputada estadual de Minas Gerais, ocupando a vice-liderança do Bloco PT/PCdoB. Na Assembleia Legislativa, Jô integrou a Comissão de Administração Pública e presidiu a Comissão para Assuntos do Mercosul.

Na Câmara dos Deputados, ela se destaca pela luta em defesa dos trabalhadores, da juventude e pelo compromisso com os interesses nacionais. Integra as comissões de Seguridade Social e de Minas e Energia, e foi líder do PCdoB em 2008. Jô Moraes é uma referência da bancada mineira na Casa. Ela também é membro do Comitê Central (desde 1982) e da Comissão Política Nacional do PCdoB e presidente do partido em seu estado.