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EUA mataram muito mais civis no Iraque que divulgado

Ao menos 109 mil pessoas, 63% civis, morreram no Iraque do início da invasão americana, em março de 2003, até o ano de 2009, segundo documentos dos Estados Unidos divulgados pela rede de televisão Al Jazeera a partir de informações do site WikiLeaks.

Comentando os dados vazados, a emissora de televisão catariana Al Jazeera afirma que "o número de mortos civis é muito maior do que se estipula oficialmente".

Segundo os relatórios, das 109.032 mortes, 66.081 são civis, 23.984 são os guerrilheiros (rotulados como insurgentes), 15.196 são das forças do governo iraquiano e 3.771 são das forças de coalização.

Os dados expostos no WikiLeaks apontam ainda que, de acordo com os documentos, 31 civis morreram diariamente durante os seis anos de conflito.

Comparados aos dados vazados do Afeganistão anteriormente pelo mesmo site, cobrindo o mesmo período que no Iraque, as mortes chegaram a cerca de 20 mil pessoas. Ou seja, conforme os dados, a ocupação iraquiana foi cinco vezes mais letal em termos relativos.

A emissora revelou alguns dados contidos nos documentos sobre a Guerra do Iraque que o site WikiLeaks pretende divulgar e que indicam a existência de um maior número de vítimas civis e a ocultação de casos de tortura por parte dos Estados Unidos.

Esses relatórios constatam, segundo a emissora árabe, que, após a guerra, iniciada em março de 2003, se produziram "numerosos casos de tortura, humilhação e homicídios contra civis por parte das forças iraquianas".

Também se registram "mais casos de vítimas civis da Blackwater" a antiga empresa de mercenários contratada pelos Estados Unidos para fazer o serviço "sujo". Hoje, a empresa mudou o nome para Xe Services.

Além disso, os documentos revelam que o exército dos EUA "ocultou casos de tortura dentro das prisões iraquianas" e que há relatórios americanos que envolvem o primeiro-ministro iraquiano interino, Nouri al-Maliki, em ordenar a formação "de equipes encarregadas de perpetrar torturas e massacres".

Como esperado, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, condenou nesta sexta-feira (22) "nos termos mais claros possíveis" qualquer vazamento de documentos que "ponha em perigo vidas americanos ou de seus aliados".

O site convocou a imprensa, por meio do Twitter, para uma entrevista coletiva em um lugar da Europa, presumivelmente Londres, para divulgar os documentos, no que seria o maior vazamento da história dos Estados Unidos.

O Pentágono destaca que os documentos, cerca de 400 mil, são relatórios de campo sobre a Guerra do Iraque, conhecidos como "Significant Activities" (Atividades Significativas) – ou SIGACTs, em jargão militar.

O vazamento é muito maior que o de julho passado, quando foram publicados 92 mil relatórios secretos das Forças Armadas dos EUA sobre o Afeganistão.

Da redação, com agências