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Após G-20, EUA voltam a pressionar China por valorização do iuan

Em breve encontro no leste da China um dia após as reuniões do G-20 na Coréia do Sul, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, discutiu neste domingo (24) relações econômicas com o vice-premiê chinês Wang Qishan. Designados como representantes especiais dos respectivos presidentes de Estados Unidos e China para questões econômicas, Geithner e Wang reuniram-se no aeroporto de Qingdao.

"As duas partes trocaram opiniões sobre os laços econômicos EUA-China e a preparação para a Cúpula de Líderes (do G20) em Seul", de acordo com comunicado enviado pela embaixada norte-americana em Pequim. A nota não informou mais detalhes do diálogo, mas os Estados Unidos têm pressionado a China para liberar uma apreciação mais rápida do iuan em resposta às forças do mercado.

No sábado, os países que compõem o G-20 chegaram a um acordo para deter as desvalorizações competitivas de moedas. Não houve, porém, consenso sobre uma linguagem mais firme que poderia ter estimulado o dólar. Para limitar os atuais desequilíbrios das contas correntes a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), os esforços dos Estados Unidos apontavam diretamente ao superávit da China — mas encontraram resistência em várias nações.

As propostas americanas para regular os desequilíbrios das contas correntes acontecem enquanto Pequim acumulou US$ 2,65 trilhões em reservas de moeda oficial como consequência de seu enorme superávit comercial. Com o êxito chinês, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou uma lei que ameaça retaliações — a menos que a China permita o fortalecimento de sua moeda.

"Para que o mundo possa crescer a um ritmo forte e sólido no futuro, precisamos trabalhar para conquistar um maior equilíbrio no caminho da expansão global enquanto nos recuperamos da crise", insinuou Timothy Geithner, visivelmente incomodado. Uma fonte do G-20 disse que Pequim era contra qualquer comunicado que comprometesse explicitamente os países a limitar seus balanços de conta corrente ou com qualquer outro regulamento sobre política monetária.

No sábado, os membros do G-20 se comprometeram em um comunicado a "regular as desvalorizações competitivas de suas moedas". Já as nações em desenvolvimento prometeram reduzir seus déficits orçamentários ao longo do tempo e tomar ações para controlar os desequilíbrios das contas correntes.

Emergentes

Em acordo classificado como histórico pelo diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, as economias emergentes passarão a ter mais poder de decisão no fundo. Na prática, elas terão mais de 6% no poder de decisão, tornando-se o terceiro maior membro do credor. Juntos, os quatro emergentes, conhecidos pela sigla Bric (Brasil, China, Rússia e Índia), terão 14,18% das cotas do fundo.

A Europa também desistirá de dois dos até nove lugares, que controla a qualquer momento no Conselho Executivo do FMI, que continuará a ter 24 membros. Como parte de um pacote amplo, os países que integram o G-20 também concordaram em dobrar as quotas do fundo, que determinam quanto cada país contribui e quanto pode pedir emprestado a partir dele. A justificativa é garantir uma posição forte para prevenir ou lidar com potenciais crises.

O G-20 disse que as reformas tornariam o credor com base em Washington mais eficaz, crível e legítimo. Apesar das mudanças, os Estados Unidos — que detinham 17,67% das cotas do FMI — manterão seu poder de veto sobre as decisões mais importantes do Fundo.

De acordo com o Ministério das Finanças russo, a China vai passar a Alemanha, França e Reino Unido no ranking do Fundo de alimentação, com a sua quota-parte subindo de 3,65% para 6,19%. Os mercados emergentes como um todo terão uma quota de 42,29%.

Da Redação, com informações da Reuters