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Emissão de dólares está fora de controle, critica ministro chinês

O ministro do Comércio da China, Chen Deming, criticou nesta terça (26) a emissão de dólares pelos Estados Unidos, que em sua opinião está "fora de controle" e provoca uma aceleração da inflação em seu país.

Falando em uma feira comercial no sul da China, ele afirmou que os exportadores têm feito um bom trabalho ao se prepararem para mudanças na taxa de câmbio e também para o aumento nos custos trabalhistas, mas foram repentinamente confrontados com novos desafios.

Inflação

"Uma vez que a emissão de dólares pelos Estados Unidos está fora de controle e os preços das commodities internacionais continuam subindo, a China está sendo atacada pela inflação de importados. As incertezas com isso estão causando grandes problemas", disse Chen, segundo a agência de notícias oficial do país, Xinhua.

Autoridades chinesas vêm criticando a política monetária norte-americana, dizendo que ela é excessivamente frouxa, mas raramente o fazem em discurso tão explícito. No encontro do G20 na Coreia do Sul, terminado no último sábado (23), o ministro de Finanças chinês, Xie Xuren, afirmou que os emissores das principais moedas de reserva –liderados pelos EUA– têm de seguir políticas econômicas responsáveis.

Junto com o risco inflacionário, o dólar mais fraco também impõe pressão de valorização sobre o iuan. A inflação ao consumidor chinês avançou para 3,6% no acumulado do ano até setembro, máxima em 23 meses. O aumento dos preços ocorre basicamente pelos custos dos alimentos, e muitos economistas esperam que a inflação atinja o pico antes do final do ano.

Troco

Apesar da preocupação com o impacto da política monetária dos EUA, Chen fez uma perspectiva positiva para o comércio chinês no próximo ano. Ele disse que o crescimento das exportações será estável, enquanto o das importações será forte.

Através das declarações do ministro sobre as emissões sem controle promovidas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), a China está dando o troco aos Estados Unidos, que não se cansam de atribuir à próspera nação asiática a responsabilidade maior pela chamada guerra cambial em função de sua política cambial, que mantém a cotação do dólar e o fluxo de capitais estrangeiros sob controle.

Os Estados Unidos pressionam a China para liberalizar completamente o câmbio, adotando o chamado câmbio flutuante ou livre. Mas Pequim resiste e sugere que os EUA devem tomar medidas para evitar que os desequilíbrios de sua economia continuem inflacionando o dólar e alimentando a chamada crise cambial.

Da redação, com agências