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Alemanha campeã mundial de 1954 pode ter jogado dopada

Um estudo sobre a história do doping esportivo na Alemanha, divulgado esta semana, levanta dúvidas sobre os membros da comissão técnica da seleção nacional no mundial de 1954, disputado na Suíça. O estudo diz que há indícios de que os atletas teriam tomado injeções com a anfetamina pervitin, e não injeções de vitamina C, como alegaram os membros do selecionado.

O estudo, revelado esta semana em Leipzig, é conduzido pelo historiador esportivo Erik Eggers e outros dois colegas e procura analizar a forma como a Alemanha Ocidental dopava seus atletas, desde 1950.

Na final da Copa de 1954, os alemães derrotaram os favoritos húngaros por 3 a 2, entrando assim para a história ao derrotar uma seleção bastante superior técnica e taticamente.

"Há vários indícios fortes que apontam para injeções de Pervitin em alguns jogadores alemães, e não de vitamina C, como foi dito", disse Eggers. Um dos jogadores que disputou a final contesta o pesquisador, afirmando que nenhum dos atletas tomou nenhuma injeção antes da partida.

Horst Eckel, integrante da equipe no mundial da Suíça, negou os rumores de doping: "Recebemos uma injeção de glicose apenas uma vez. Juro que não recebemos nada antes da final".

A metanfetamina Pervitin era um estimulante comum na época e já havia sido distribuído aos soldados alemães na Segunda Guerra Mundial. Membros da delegação alemã na Suíça dizem que os jogadores receberam apenas injeções de vitamina C.

"Pervitin foi usado em muitos esportes na época, também se diz que anfetaminas foram usadas por jogadores sul-americanos", acrescentou Eggers, informando também que a Fifa não realizou exames antidoping naquele mundial.

"O que é suspeito é que essas injeções a jogadores alemães foram dadas secretamente e só tomamos conhecimento delas porque os que receberam as injeções contraíram icterícia", acrescentou.

A Hungria havia vencido a Alemanha por 8 a 3 na fase de grupos daquele Mundial, o que torna ainda mais surpreendente a vitória alemã na final. Eggers destaca não ser usual injetar vitamina C. "Poderiam ter comido uma laranja", salienta.

Da redação, com informações da Deutsche Welle