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Estudantes reclamam que prova do Enem foi longa e cansativa

Assim como no ano passado, os participantes desta edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) reclamaram do tamanho da prova, considerada longa demais pela maioria. Neste sábado (6), eles tiveram de responder a 90 questões: 45 de ciências humanas e 45 de ciências da natureza.

“No começo estava achando a prova fácil, mas no final vieram as questões de exatas, eu já estava cansado e achei mais difícil”, contou Breno Pinheiro Araújo, 17 anos. Para Alessandra Oliveira, também de 17 anos, as questões tiveram textos longos e interpretativos.

Nas duas provas, muitos itens trataram de temas relacionados ao meio ambiente e recursos naturais renováveis. Uma das características do Enem é justamente abordar assuntos atuais em toda a prova.

“O Enem é muito longo e cansativo. Tem horas que chega a dar dor de cabeça”, reclamou o estudante Rodrigo de Souza, 17 anos.

Já a candidata Amanda Andrade, 17 anos, achou a prova “muito fácil”. Como ela pretende estudar na Universidade de Brasília (UnB), que ainda não utiliza a nota do Enem na seleção, prestou o Enem só para testar os conhecimentos.

No domingo (7) os candidatos serão avaliados em códigos e linguagens e matemática, além da redação. As duas provas também têm 45 questões de múltipla escolha cada. O exame começa às 13 horas (horário de Brasília) em 16 mil locais de prova. Os portões são fechados às 12h55.

Erro no cartão-resposta

O Ministério da Educação (MEC) confirmou na tarde deste sábado (6) que houve um erro na impressão do cartão-resposta da prova distribuída a 4,6 milhões de estudantes em todo o país. O órgão também afirmou que criará um "ambiente virtual" para os alunos prejudicados pelo problema.

A confusão foi no cabeçalho do cartão-resposta, onde os alunos anotaram o gabarito. No caderno de prova, os alunos tinham que responder, em primeiro lugar, as questões de ciências humanas, cujas questões vinham numeradas de 1 a 45. Depois, vinham as perguntas de ciências da natureza, entre os números 46 e 90. No cabeçalho do cartão-resposta, porém, a ordem estava invertida. Na parte correspondente às questões de número 1 a 45, estava escrito "ciências da natureza" no topo. E, em cima do espaço para marcar as respostas de 46 a 90, estava grafado "ciências humanas".

O erro, aparentemente simples, confundiu estudantes. Alguns perceberam o problema até antes dos fiscais, que ao serem alertados procuraram o MEC. O Ministérioconfirmou ter tido conhecimento do erro apenas no decorrer da prova e disse que orientou todos os fiscais a explicarem o problema aos alunos, pedindo que desconsiderassem o cabeçalho com a grafia trocada e respondessem as perguntas na ordem de 1a 90.

Em algumas cidades, como no Recife, pais de alunos decidiram procurar o Ministéro Público para se queixar. "Qualquer coisa que induza o aluno ao erro pode dar margem ao aluno para pedir anulação", diz. A procuradora da República Maria Luiza Grabner, do MPF em São Paulo, diz que "os alunos que se sentirem lesados, na segunda-feira, podem fazer representação no órgão".

Essa representação, segundo a procuradora, pode servir de base para uma ação coletiva contra o MEC, para anular a prova. Edson Bortolai, presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB-SP, diz que o estudante pode procurar o Procon ou mover uma ação de indenização individual.

Da redação com agências