Irã propõe que discussões sobre programa nuclear sejam na Turquia
O Irã poderá retornar às conversações sobre seu programa nuclear "assim que possível", afirmou neste domingo (7) o ministro das Relações Exteriores do país, sugerindo que a Turquia pode ser um local possível.
Publicado 07/11/2010 12:41
Manouchehr Mottaki deu o sinal mais de que Teerã está disposta a retomar as negociações paralisadas há mais de um ano, que levaram a sanções internacionais mais rígidas contra a República Islâmica.
O P5+1 – formado pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Rússia e Alemanha – haviam proposto discutir com o Irã sobre o seu programa nuclear entre 15-17 de novembro em Viena, uma aproximação bem-vinda pelo Irã, que porém nunca formalizou sua concordância.
"As consultas estão seguindo, elas estão no caminho correto", disse Mottaki em coletiva de imprensa.
"Estamos esperançosos de que o tempo e a agenda e o conteúdo das negociações serão acertados em breve por ambas as partes e que as partes começarão as conversações em assim que possível", acrescentou.
Como local alternativo à Viena, sede da agência nuclear da ONU, ele sugeriu a vizinha Turquia.
"Conversamos com nossos vizinhos turcos e estamos de acordo em relação a manter estas negociações na Turquia", disse ele.
A mulçumana Turquia, que aprofundou os laços comerciais com o país vizinho, diz que está disposta a mediar as negociações entre o Ocidente e Teerã sobre o programa nuclear iraniano e disse que há havia ofertado no passado para sediar as discussões.
Nas negociações com o P5+1, o Irã quer que a base das conversas seja o acordo nuclear, firmado em maio com o apoio do Brasil e da Turquia, definindo a troca de urânio enriquecido a 3,5% pelo produto enriquecido a 20%. Na ocasião, os países envolvidos nas discussões afirmaram que havia a necessidade de retomar alguns aspectos do texto.
Desde 9 de junho de 2010, o Irã está submetido a sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e unilateralmente por alguns países. As restrições afetam, sobretudo, o comércio e as relações econômicas do Irã com a comunidade internacional. As medidas foram definidas porque os Estados Unidos lideram campanha internacional contra o programa nuclear iraniano. As autoridades iranianas negam as insinuações e afirmam que o programa nuclear do país tem fins exclusivamente pacíficos.
Com informações Terra