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Lula diz que seu governo fez uma "pequena revolução" na educação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira (9) o papel do Estado na educação ao lembrar as iniciativas do setor ao longo de seus dois mandatos. Lula definiu as ações dos últimos oito anos de governo como uma “pequena revolução”.

“Não permitam que se repita aqui o erro do Brasil da década de 90”, disse o presidente durante a aula inaugural de três polos da Universidade Aberta do Brasil,na capital de moçambicana. “Quem vai resolver o problema da educação é o Estado. Ele é razão da nossa existência e nós somos razão da existência dele."

Universidade Aberta

Lula ministrou a aula inaugural da primeira turma da Universidade Aberta do Brasil (UAB) no exterior. No total, 620 estudantes acompanharam a palestra no auditório da Universidade Pedagógica em Maputo e nos polos presenciais das cidades de Lichinga e Beira, ambos em Moçambique. A ideia é, em seis meses, integrar mais três cidades à rede, chegando a nove palos em 2012.

Quando explicou os motivos que levam o governo brasileiro a criar polos de estudo a distância em parceira com universidades de Moçambique, Lula voltou a falar da dívida “histórica” com o povo africano e da necessidade de ambas as nações sentirem-se capazes de sair da condição de pobres ou emergentes.

“É construir um futuro em que o Sul não deve ser dependente do Norte. Devemos ser tão importantes ou sabidos quanto eles”, disse Lula, ao afirmar que o Brasil é uma mistura de africanos, indígenas e brancos. “É uma vantagem comparativa, mas como tivemos a cabeça colonizada por séculos, aprendemos que somos seres inferiores. E que todo mundo que enrola a língua é melhor que nós”, afirmou.

Igualdade

Lula disse que é preciso ter a convicção de que só o estudo pode garantir às pessoas a igualdade de oportunidades, de emprego, salário. “Acho que todo mundo pode levantar a cabeça e tornar o mundo mais igual. E isso se dará pela educação”, afirmou.

Segundo ele, o lançamento do projeto da Universidade Aberta do Brasil na África foi a realização de um “sonho de anos”, lamentando que, “nas relações internacionais, as coisas demoram mais do que a gente gostaria”. Segundo ele, ainda este ano o governo quer lançar a pedra fundamental da Universidade Afro-Brasileira, em Redenção, no Ceará (onde começou a luta contra a escravidão).

Brasil-África

A Universidade Pedagógica de Moçambique (UP) e a Universidade Eduardo Mondlane são as primeiras instituições estrangeiras a fazer parte da Universidade Aberta do Brasil. As aulas devem começar antes do fim do ano.

Criada em 2006, a UAB é um sistema integrado por 91 universidades públicas, que oferece cursos de nível superior por meio da educação a distância. A prioridade é dar formação aos professores que atuam na educação básica. Atualmente, ela tem cerca de 600 polos (todos no Brasil) com aproximadamente 200 mil alunos.

A expectativa é que mais de sete mil estudantes participem de quatro cursos em quatro anos, nas disciplinas de gestão pública, pedagogia, matemática e biologia. Os diplomas serão reconhecidos nos dois países e os cursos terão metade do currículo desenvolvido em cada um deles, bem como o número de professores.

“Duvido que vamos encontrar no mundo um projeto de colaboração tão bem construído, trabalhado e discutido”, afirmou Carlos Bielshowsky, secretário nacional de ensino a distância do Ministério da Educação (MEC).

Professores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UniRio), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal de Juiz de Fora e Universidade Federal de Goiás irão trabalhar na implantação dos cursos. O projeto tem financiamento garantido de R$ 54 milhões.

Informações Agência Brasil