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Lula critica “dogmas obsoletos” do FMI e do Banco Mundial

O presidente Lula criticou duramente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) durante encontro com o presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza. “É fundamental que o Banco Mundial e o Fundo Monetário abandonem, de uma vez por todas, seus dogmas obsoletos e suas condicionalidades absurdas”, disse.

Numa alusão ao que ocorre na Europa, onde países como Grécia, Portugal e Espanha estão sendo submetidos a ajustes fiscais rigorosos, que penalizam a classe trabalhadora e impedem a recuperação da economia, Lula afirmou que receitas recessivas (como as que o FMI está impondo aos países citados) só pioram as coisas.

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Ajustes recessivos

"A experiência de décadas passadas, inclusive a brasileira, demonstra que ajustes recessivos acarretam recessão, desemprego e mais desigualdades sociais", sentenciou, ponderando que é necessário seguir outro caminho para que as economias dos países ricos voltem a crescer.

O Brasil viveu mais de duas décadas perdidas, em matéria de desenvolvimento, por seguir as orientações do FMI desde a crise da dívida externa nos anos 1990 até o segundo governo FHC, que quebrou o país e entregou o comando da política econômica aos tecnocratas do Fundo.

O crescimento da economia nacional despencou (de uma média anual de 7% para pouco mais de 2%), a renda per capita estagnou e a taxa de desemprego disparou, chegando a triplicar durante os governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso. Só agora, no governo Lula, o Brasil parece ter retomado o rumo do desenvolvimento, com a intensificação do ritmo de expansão do PIB, que neste ano deve ficar acima de 7%.

Recessão

As receitas da instituição para a Grécia não diferem muito das que foram aplicadas por aqui naquela época, embora para a classe trabalhadora talvez sejam ainda mais amargas. Incluíram corte de salários e direitos, demissões e aumento da idade mínima para aposentadoria, entre outros temperos impopulares. E, o que é pior, os gregos continuarão sob recessão durante anos.
Estima-se que só em 2017 o PIB voltará ao tamanho que tinha antes da crise. Naturalmente o cenário de estagnação que se desenha para a Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e outros países da chamada zona do euro não é um bom agouro para a Europa e o mundo.

"É necessário que os mecanismos de governança econômica global garantam a retomada do crescimento mundial forte e sustentável", complementou o presidente brasileiro, que deixou Moçambique às 8 horas desta quarta-feira (10) com destino a Seul, onde participa da cúpula do G20.

Da redação, Umberto Martins, com agências