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As mentiras das memórias de George Bush

O tão badalado livro de memórias de George Bush, que há alguns dias fez Michael Moore se mexer em sua cadeira na NBC, prometia conter experiências e detalhes pessoais nunca antes revelados.

Mas as primeiras pessoas que mergulharam nas páginas de Decision Points se depararam apenas com o relato de casos copiados palavra por palavra das memórias de outros membros da equipe do ex-presidente e de artigos de imprensa da época em que exerceu seu mandato.

Parece que o relato sobre o feto de seu irmão abortado em um frasco é das poucas coisas sinceras que podem ser lidas no livro. Entre as situações inventadas, um exemplo citado amplamente na imprensa estadunidense é a descrição que Bush faz do momento da posse de Hamid Karzai.

O ex-presidente entra nos mínimos detalhes e inclusive rememora uma conversação entre Karzai e um senhor da guerra. O problema é que Bush não assistiu a tal evento e seu relato se parece demasiadamente ao publicado por Ahmed Rashid, que esteve ali.

Em outra passagem do livro, Bush cita John McCain como se estivesse dirigindo-se a ele. Entretanto, as palavras de McCain foram para um grupo de jornalistas e foram publicadas no Washington Post.

Embora alguns garantam que as “licenças” tomadas por Bush no momento de escrever seu sejam justificadas, outros o acusam de destruir “o valor histórico da memória”, algo que supõe ser a base da literatura autobiográfica.

“Se George W. Bush crê ter vivido situações que realmente fazem parte da vida de outras pessoas temos que pôr também no foco qual era seu modo de pensar naquele momento”, asseguram outras fontes em Huffington Post.

Parece que a autobiografia do ex-presidente logo passará a engrossar as estantes da seção de ficção das livrarias.

Fonte: CubaDebate