Lula descarta assumir Unasul e Tabaré Vázquez é cotado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva descarta assumir a secretaria-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após deixar o Palácio do Planalto, garantiu seu assessor internacional, Marco Aurélio Garcia, que participou ontem de uma conferência em Buenos Aires. Lula tem sido um dos nomes mais mencionados para suceder o ex-presidente argentino Néstor Kirchner, morto há três semanas, que havia sido escolhido em maio para o cargo.
Publicado 19/11/2010 10:32
Sem confirmar as articulações para levar Lula à Unasul, o assessor presidencial frisou, no entanto, que "não há nenhuma possibilidade de isso acontecer". De acordo com ele, o exercício da função "comprometeria" a vontade de Lula de continuar percorrendo o Brasil e de participar da política interna.
A negativa do brasileiro abre caminho para a postulação de dois ex-presidentes: o uruguaio Tabaré Vásquez e a chilena Michele Bachelet. Contra Bachelet pesam dois fatores: ela assumiu em setembro a chefia de uma nova agência das Nações Unidas dedicada especialmente às mulheres e é de um partido de oposição ao atual presidente do Chile, Sebastián Piñera. A indicação à secretaria da Unasul requer a aprovação de todos os países-membros e isso poderia provocar constrangimento a Piñera.
Já o presidente do Uruguai, José Mujica, vê com simpatia a eventual indicação de seu antecessor, Tabaré Vásquez, segundo uma alta fonte da diplomacia uruguaia ouvida pelo Valor. Mas o diplomata ressaltou que não há nenhuma articulação concreta, por enquanto, sobre o tema.
Lula ou Vázquez
Na terça-feira (16), o presidente equatoriano, Rafael Correa, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou o ex-governante uruguaio, Tabaré Vázquez, poderiam ocupar a secretaria da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Segundo a agência de notícias Andes, o tema foi abordado pelo presidente do Equador, Rafael Correa – que exerce a presidência temporária do órgão sul-americano – em uma conversa com seu colega uruguaio, José Mujica, durante visita oficial ao país andino.
Na capital de Guiana ocorrerá, em 26 de novembro, uma cúpula presidencial do Grupo, na qual o Equador entregará a Presidência. O presidente equatoriano se mostrou esperançoso de que, até essa data, receba uma ratificação adicional do tratado constitutivo da Unasul, que daria caráter legal ao organismo. "Temos oito países que aprovaram o tratado e nos falta um para que a Unasul tenha vida jurídica", acrescentou.
Segundo um funcionário do governo brasileiro que acompanha o assunto, ainda não há nenhum candidato definido à secretaria-geral e a decisão deve surgir a partir de um consenso nas discussões. Para esse funcionário, ainda não está claro se o sucessor de Kirchner terá um papel político ou mais técnico.
Da redação, com agências