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Porta-voz da Otan: Cabul é mais segura para crianças que Londres

A frase foi dita nesta segunda-feira (22) por um dos representantes civis do Pacto Militar do Atlântico Norte, (Otan) que age sob comando dos Estados Unidos na ocupação do Afeganistão. Mark Sedwill fez o comentário durante uma entrevista para a rede britânica de televisão BBC.

A declaração do alto representante civil da Otan no Afeganistão foi muito criticada. Sedwill afirmou que a capital do Afeganistão, é provavelmente mais segura para as crianças que Londres ou Nova York

"Aqui, em Cabul e em outras grandes cidades do Afeganistão, de fato há poucas explosões desse tipo de bombas [referindo-se a atentados]. As crianças estão provavelmente mais seguras aqui que estariam em Londres, Nova York ou Glasgow, ou em muitas outras cidades. A maioria das crianças pode aproveitar suas vidas em segurança. Essa é uma sociedade muito orientada para a famílias, assim, a vida parece com a das cidades pequenas", alegou o representante.

Em Nova York, Justin Forsyth, chefe da ong Save the Children, contestou os comentários de Sedwell, afirmando que foram errados ou tendenciosos".

Conforme Forsyth, o Afeganistão "é o pior lugar do mundo para uma criança nascer. Uma em cada quatro crianças que vivem ali irão morrer antes de completar os cinco anos".

"O ano passado foi o pior ano para as crianças desde o início da ocupação, com mais de mil delas mortas" em decorrência da presença de tropas estrangeiras no país, afirmou.

Enquete revela desconhecimento

Em outras notícias do Afeganistão, uma nova pesquisa de opinião feita entre jovens afegãos nas províncias de Kandahar e Helmand foi divulgada pelo Conselho Internacional de Segurança e Desenvolvimento.

Segundo a enquete, 92% dos jovens nessas regiões não conhecem nada a respeito dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Cerca de 40% deles acham que as forças ocupantes estão ali "para destruir o Islã" ou o próprio Afeganistão.

Ao mesmo tempo, 61% deles acreditam que as forças de segurança do seu país não serão capazes de sobreviver sem a ajuda dos ocupantes e 56% suspeitam que os policiais do país estão ajudando o Talibã.

Com informações do Democracy Now