Sem-teto acampam e se manifestam na calçada da Câmara Municipal
Após retirada de praça, famílias de sem-teto migraram de praça e foram para calçada da Câmara Municipal. Manifestantes dizem que foram agredidos pela GCM; guarnição nega violência.
Publicado 23/11/2010 15:43 | Editado 04/03/2020 17:18

Um dia após a retirada da praça General Craveiro Lopes, os cerca de 450 sem-teto continuavam acampados, por volta das 11h20 desta terça-feira (23), em frente à Câmara Municipal, no centro de São Paulo. A permanência é por tempo indeterminado.
De acordo com Carmen da Silva Ferreira, coordenadora do MSTC (Movimento dos Sem-Teto do Centro), filiado à FLM (Frente de Luta por Moradia), a remoção feita pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) na tarde de segunda-feira (22) foi truculenta.
– Tivemos mulheres grávidas que tiveram que ir para o hospital. Tivemos casos de homens que também foram agredidos.
Em nota enviada pela FLM, 17 pessoas ficaram feridas – sendo que de dez eram mulheres -, uma mulher foi levada a um hospital pelo Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) e dois homens foram encaminhados ao 5º DP (Aclimação).
O documento também relata que os GCMs teriam usado bombas de gás lacrimogênio, gás de pimenta e cassetetes.
Procurada pela reportagem do R7, a GCM disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não houve violência por parte dos agentes de segurança. Segundo a corporação, um micro-ônibus foi disponibilizado ao grupo, que recusou.
Na manhã desta terça, a guarda civil diz que realiza um trabalho de rotina na região da Câmara Municipal.
Reunião
Representantes do MSTC (Movimento dos Sem-Teto do Centro) vão participar nesta quarta-feira (24), em Brasília (DF), de uma reunião no Ministério das Cidades. Segundo a coordenadora Carmen da Silva Ferreira, o encontro será com a secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães.
Carmen diz que o objetivo do encontro é abordar a questão do antigo prédio do INSS, que foi reintegrado na última quinta-feira (18), da ocupação do imóvel abandonado da avenida Prestes Maia e da ocupação permanente da rua Mauá, na região da Luz, que já dura três anos.
– Queremos a reforma do INSS e a garantia de que, após as mudanças, as famílias poderão retornar para lá.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o acampamento não atrapalhava o trânsito na região do viaduto Nove de Julho, onde fica a Câmara.
Fonte: R7