doadores de sangue
A coordenadora da captação de doadores de sangue do Hemoce, Nájela Maria Lima de Oliveira, considerou que a Semana, além de parabenizar os doadores, tenta mostrar a necessidade do ato, independente de datas específicas. “Muita gente só vem doar no Carnaval ou durante a campanha. E hoje, as estatísticas de acidentes dos hospitais durante um fim de semana normal são altíssimas”, destacou. Mais violência, transplantes de órgãos e doenças hematológicas são outras situações onde a necessidade de sangue é imprescindível, segundo a coordenadora.
Exemplo de solidariedade
Ocupando uma das cadeiras de doação do Hemoce, uma jovem chamava atenção. Aparentava ter pouco mais de 15 anos. Na verdade, a estudante Jennifer Carvalho Linhares é maior de idade, desde a última segunda (22) e uma das suas primeiras ações como adulta foi exercer seu papel de cidadã solidária. “Sempre vi as campanhas e prometi para mim mesma que assim que tivesse 18 anos, doaria. Meu pai nem queria que eu doasse, falou que eu era muito ‘fraca’. Mas insisti, e aqui estou”, disse. O comentário de Jennifer foi acompanhado de sorrisos, enquanto fixava o curativo de proteção após a doação.
A estudante já pegava sua bolsa quando virou e afirmou, completamente consciente do ato que acabara de fazer: “É rápido e recompensador. Você nem conhece quem vai receber seu sangue, mas sabe que está ajudando. Sempre convivi com pessoas que precisaram de transfusão e sei o quanto dói”. Um até logo para o técnico de enfermagem que a atendeu dava fim à doação de ontem. “Sei que mulheres podem doar até três vezes durante um ano, então sei que logo voltarei”, justificou. Para os homens, o limite de doações é de quatro vezes em um ano, com intervalos de até dois meses.
Necessidade que conscientiza
Assim como muitos doadores, o motorista Antônio Mota dos Santos precisou passar por uma doença na família para tornar-se doador. “Vi meu neto precisar de 15 bolsas de sangue. Desde então, percebi que outras pessoas também podem ter essa necessidade. Meu sangue não é um tipo muito comum [B negativo], por isso acho que será muito útil”, contou. O técnico de enfermagem que há três anos coleta sangue, Fernando Henrique de Oliveira, explicou que diversos motivos levam as pessoas à mesa de doação. “Muitos querem só perder o dia de trabalho, outros vêm cumprir promessas ou ajudar um conhecido doente. Porém, independente do motivo, o ato é bem vindo, e ajuda muita gente”, falou.
Fonte: jornal O Estado