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Obama vai congelar salário dos funcionários públicos

O presidente dos EUA, Barack Obama, propôs um congelamento dos salários de todos os servidores públicos federais civis do país por dois anos. A medida, que depende de aprovação pelo Congresso, afetaria cerca de 2 milhões de trabalhadores pelos anos de 2011 e 2012.

A medida de arrocho contra os trabalhadores do setor público contrasta com a generosidade do governo em relação aos banqueiros responsáveis pela crise financeira. O governo e o banco central do país já gastaram trilhões de dólares socializando os prejuízos dos bancos, que já voltaram a acumular lucro e distribuir bônus para seus executivos.

Quem paga o pato

O ônus da crise ficou com a classe trabalhadora, vítima do desemprego em massa e dos despejos. As medidas do governo foram adotadas a pretexto de conter a crise, mas na economia real a situação não melhorou, as demissões continuaram, o consumo está deprimido e a construção civil em baixa. Por tudo isto, Obama sofreu uma humilhante derrota nas eleições legislativas de novembro. Agora, revela-se ainda mais conservador ao anunciar o congelamento do salário do funcionalismo.

E os banqueiros?

De acordo com o vice-diretor de Orçamento da Casa Branca, Jeffrey Zients, o congelamento implicaria uma redução da base salarial que permitiria ao governo economizar US$ 28 bilhões em cinco anos e mais de US$ 60 bilhões em dez anos.

"É claro que essa é uma decisão difícil. O presidente está, claramente, pedindo que eles façam um sacrifício", disse Zients. Os servidores civis do governo federal dos EUA têm um reajuste salarial de 1,4% previsto para 2011. O irônico é que nenhum sacrifício foi pedido (muito menos imposto) aos bancos. Muito pelo contrário.

Obama tinha de fazer o anúncio nesta segunda-feira, 29, véspera do encerramento de um prazo legal para que a Casa Branca notificasse ao Congresso sobre variações no pagamento de funcionários federais baseados em diferentes localidades. Além disso, representantes da Casa Branca e dos dois partidos no Congresso devem se reunir nesta terça-feira para discutir questões orçamentárias.

Com agências