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Observadores internacionais aprovam eleições no Haiti

Observadores da Comunidade do Caribe (Caricom) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) avalizaram as eleições presidenciais e legislativas realizadas no Haiti, no último domingo. O chefe da missão Conjunta OEA/Caricom, Colin Granderson, disse, em uma coletiva de imprensa, que as irregularidades encontradas em alguns colégios eleitorais não são razões para invalidar o processo.

Os observadores qualificaram como "precipitada e lamentável" o pedido de anulação das eleições feito pelos candidatos da oposição e instaram as partes a apresentarem as provas que dizem ter sobre fraude na disputa.

Imediatamente após o fechamento das urnas, vários candidatos presidenciais tentaram invalidar as eleições e convocaram seus partidários a tomarem as ruas, o que originou protestos em várias cidades. No entanto, na segunda-feira, dois dos candidatos com maiores possibilidades de vitória, de acordo com pesquisas, negaram ter assinado a declaração conjunta para anular as eleições.

"Eu não participei na elaboração do texto em questão. Fiquei surpreso ao ouvir o meu nome", disse Mirlande Manigat, candidata da opositora Assembleia de Democratas Progressistas.

Enquanto isso, o cantor e candidato, Michel Martelly, disse que a declaração feita neste domingo não foi nada formal, nes esteve referendada por qualquer documento. Martelly champu a respeitar a vontade do povo e pediu ao governo e às autoridades eleitorais que tornem públicos os resultados da votação.

Outros observadores norte-americanos fizeram uma avaliação diferente pleito, afirmando que ele foi repleto de irregularidades e chamando a comunidade internacional a rejeitar esta "farsa óbvia".

"Desde a proibição do partido mais popular de participar da eleição, até irregularidades no dia do pleito, incluindo muitos relatórios de enchimento de urnas, assim como o impedimento de muitos eleitores de votar, estas eleições foram uma farsa óbvia do início ao fim", disse Mark Weisbrot, co-diretor do Centro de Pesquisa Política e Econômica, em um comunicado. Weisbrot é co-roteirista do filme de Oliver Stone, Ao Sul da Fronteira.

Alex Main, analista deste centro de estudos, que se encontrava no Haiti para observar a realização das eleições, disse que foi testemunha de diversas irregularidades, incluindo o enchimento de uma urna em uma seção de votação, acrescenta o texto.

Cerca de 4,7 milhões de haitianos foram chamados às urnas para eleger um sucessor para o presidente René Préval, além de 11 senadores e 99 deputados. O Conselho Eleitoral Provisório (CEP) validou a eleição, cujos resultados estarão disponíveis a partir de 05 de dezembro, devido à contagem manual das cédulas.

Segundo pesquisas, é possível que a presidência seja decidida em um segundo turno entre os candidatos Mirlande Manigat, ex-primeira dama, e Jude Celestin, do partido da Unidade, atualmente no poder.