Recife é a capital das mulheres
Do Jornal do Commercio
Os dados consolidados do Censo 2010, divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmaram o que muita gente já desconfiava. Recife é a cidade das mulheres.
Publicado 30/11/2010 12:50 | Editado 04/03/2020 16:57
Em todo o País, nenhuma outra capital tem um percentual tão grande de população feminina. Elas representam 53,87% dos recifenses, o que significa que há 118.808 mulheres a mais que homens na cidade. São 1.536.934 pessoas no Recife, 827.871 mulheres e 709.063 homens. A população total em Pernambuco é de 8.796.032. E o Brasil atingiu a marca de 190.732.694 residentes. Mais dados do levantamento nacional serão divulgados até junho de 2013.
No ranking geral de municípios, Recife perde apenas para Santos, em São Paulo, no índice de mulheres. Subiu uma posição em relação ao Censo 2000, quando ficava atrás de Águas de São Pedro, também em São Paulo.
Mostrando tendência de crescimento da população feminina no Estado, Olinda, que não figurava sequer entre as dez cidades com maior percentual de mulheres em 2000, surgiu em quarto lugar este ano. O índice de população feminina atinge 53,76%. São 201.905 mulheres para 173.654 homens. Diferença de 28.251 pessoas.
Em relação ao que foi divulgado no início de novembro, quando o IBGE informou os dados preliminares do Censo 2010, a população de Pernambuco variou pouco. Eram 8.541.250 habitantes, antes da conclusão do processo de pesquisa.
Já com os números reais, é possível dizer que a população pernambucana cresceu 11,08% nos últimos dez anos. Desde 2000, o Estado ganhou 877.688 novos moradores. A variação é inferior à média nacional, que ficou em 12,33%.
Com a população majoritariamente concentrada em área urbana (são 7.049.868 pessoas), o baixo índice de crescimento populacional acabou se refletindo na quantidade de moradores da capital pernambucana. Recife perdeu uma posição entre as cidades mais populosas do País e, agora, figura no 9º lugar. Manaus, capital do Amazonas, foi a responsável pela mudança.
“Houve um tempo em que ser mais populoso era melhor. Hoje, esse conceito é diferente. Perder posição nesse ranking não quer dizer muita coisa”, avalia o diretor de estudos e pesquisas socioeconômicas da Agência Estadual Condepe-Fidem, economista Rodolfo Guimarães. Para ele, a queda na lista dos mais populosos poderia até ser prevista, dadas as condições da Região Metropolitana do Recife. “Manaus tem crescido e atraído pessoas por causa da Zona Franca, mas ainda não tem uma região metropolitana. Então, não há outra opção de moradia além da capital. Aqui é diferente”, explica.
Rodolfo Guimarães destaca ainda a posição do último Censo, que apontou o Grande Recife como a quinta maior região metropolitana do Brasil. “Isso mostra que a capital, em si, não revela a complexidade de sua região metropolitana”.
INTERIORIZAÇÃO – O crescimento dos municípios mais afastados do Recife também revela novos rumos em Pernambuco. Caruaru, no Agreste, passou Paulista (RMR) e agora é o quarto município mais populoso. Sua vizinha Santa Cruz do Capibaribe (polo de confecções) e Ipojuca (que concentra as empresas do Complexo de Suape) passaram sete municípios. Entre eles, alguns de importância local, como Serra Talhada, Araripina (onde fica o polo gesseiro), Gravatá, Goiana e Arcoverde.