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PMDB quer 4 ministérios: 2 para a Câmara e 2 para o Senado

Reunida nesta quarta (1º), a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados fechou questão na proposta de ocupar dois ministérios no Governo Dilma Rousseff. No Senado, os parlamentares também reivindicam duas pastas na equipe da presidente eleita. “A ideia é mais ou menos esta: dois ministérios para a Câmara e dois para o Senado, mas isso depende da decisão da presidenta”, disse o presidente do partido e vice-presidente eleito, deputado Michel Temer (SP), ao deixar o encontro.

A reunião, que contou na abertura com a presença do ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, foi fechada à imprensa. O ministro evitou comentar sobre os debates internos entre os peemedebistas. Disse que foi ao local apenas para saudar aos deputados eleitos e reeleitos do PMDB.

“Vou levar para a presidenta aquilo que o PMDB havia me transmitido e que ouvi agora: o PMDB vai participar do governo com o montante ministerial compatível com o seu tamanho e a bancada na Câmara acha que deve ficar com dois ministérios”, disse Michel Temer.

O vice-presidente eleito informou ainda que não houve a definição de quais os ministérios e os nomes reivindicados pela bancada. Segundo ele, não houve exigência da bancada. Porém, reconheceu que a permanência do atual ministro da Agricultura, Wagner Rossi, é um consenso entre os deputados.

Ministério da Saúde

A decisão da bancada do PMDB na Câmara é uma forma de evitar que entre na cota da sigla as indicações feitas por Dilma dos peemedebistas Sérgio Côrtes para o Ministério da Saúde e a manutenção de Nelson Jobim, na Defesa. Os parlamentares consideram os dois nomes como da cota pessoal da presidente eleita.

O nome de Sérgio Côrtes, segundo Temer, seria uma indicação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Já a manutenção de Jobim na Defesa partiu de um pedido do presidente Lula a Dilma. O vice-presidente eleito informou que conversou sobre o assunto com o governador.

Apesar do comentário de Temer em relação ao nome de Côrtes para a Saúde, no final da tarde desta quarta-feira a imprensa noticiava que Dilma ainda não havia escolhido um ministro para a pasta. Segundo o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos coordenadores da equipe de transição de governo,  Dilma não fez "qualquer consideração sobre nomes", mas disse que pensa em uma pessoa "inovadora" e "transformadora". "Eu não diria que nenhuma pessoa está confirmada e nenhuma pessoa descartada", declarou o deputado, falando em nome da presidente eleita.

Questionado se a nomeação para a pasta da Saúde seria da cota pessoal de Dilma, Cardozo afirmou que em "cota pessoal são todos os ministros, porque é ela (Dilma) quem define". O coordenador acrescentou ser possível que a presidente anuncie novos nomes de seu gabinete ainda nesta semana.

Desconforto

Antes da reunião da bancada do PMDB, Michel Temer minimizou o que foi divulgado pela imprensa dando conta de que os parlamentares do partido estariam insatisfeitos por estarem sendo preteridos nas discussões dos nomes para o futuro ministério.

"O que há é aquele desconforto muitas vezes daqueles que querem um pouco mais, um poucos menos, nada que nos preocupe. Estamos trabalhando, estamos conversando, e o PMDB terá um espaço compatível com seu tamanho, isso a presidenta já disse. Então, não há dificuldade nenhuma na relação", afirmou o vice-presidente à Agência Brasil.

De Brasília com informações de Agências