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Petrobras quer liderar mercado de etanol no país

 A Petrobras fez uma oferta de compra de 40% da ETH, empresa de etanol da Odebrecht, um negócio avaliado em cerca de R$ 3 bilhões. O objetivo da estatal é correr atrás da liderança nacional do mercado de combustíveis de cana-de-açúcar. Petrolíferas multinacionais concorrentes da estatal, como Shell e BP, foram mais rápidas e entraram primeiro no setor de álcool hidratado

Com o aporte da estatal, a empresa de biocombustíveis da Odebrecht poderá se consolidar nos próximos anos como a maior produtora global de álcool – posição que hoje pertence à Cosan, empresa em que a Shell é sócia. Tanto a Petrobras como a ETH informaram que não comentariam a negociação.

O plano de investimento da ETH rumo à liderança prevê a aplicação de R$ 3,5 bilhões até 2012, ano em que as nove usinas do grupo devem estar em operação. Quando isso ocorrer, a empresa terá uma capacidade de moagem de 40 milhões de toneladas de cana por safra e produzirá 3 bilhões de litros de etanol. Poderá ainda gerar 2.700 GW/hora ao ano de energia a partir da biomassa.

Com o dinheiro da Petrobras, a ETH irá abater parte de seu alto endividamento. A empresa comprou no ano passado a Brenco, que estava debilitada financeiramente, e assumiu sua dívida. A Odebrecht, dona da ETH, ficou com 65% da joint venture.

Antes da Brenco, a Odebrecht era a sétima empresa no ranking nacional de moagem de cana e produção de álcool. Com a aquisição, passou para a segunda posição. Esse não será o primeiro negócio em que a Odebrecht é fortalecida com a atuação estatal em um setor, via Petrobras. No início do ano foi a vez da petroquímica. A Petrobras e a Braskem (controlada pela construtora) compraram a Quattor e formaram uma gigante da área.

Com o etanol, as empresas querem repetir o casamento: além da ETH, as duas empresas fecharam no mês passado um acordo para construir um alcoolduto avaliado em R$ 4 bilhões, ligando o Centro-Oeste ao porto de Santos, passando por Paulínia. O duto agregou também concorrentes das duas empresas, como a própria Cosan, além de uma série de pequenas usinas de cana-de-açúcar próximas do trajeto.

Ainda na área de álcool hidratado, a Petrobras tem parceria com a Odebrecht, por meio da Braskem, em uma fábrica de "plástico verde" no polo de Triunfo (RS). A unidade tem capacidade para produzir 200 mil toneladas de resina plástica feita a partir da cana-de-açúcar.

Com Folha de S. Paulo