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Dividido, PT adia decisão sobre candidatura à Câmara

Reunida na manhã desta terça-feira (14), na sede nacional do PT em Brasília, a bancada do partido na Câmara não conseguiu chegar a um acordo e acabou adiando para 15h a reunião que irá definir o candidato do partido para comandar a Casa no biênio 2011-2012.

‘Como o clima está tenso, porque tem disputa de poder, vamos distensionar’, disse o deputado José Genoino (SP), ao deixar a sede petista. “Como os conchavos continuam, tem negociação ainda sendo feita, resolvemos adiar”, complementou o deputado paulista em fim de mandato.

A reunião foi adiada porque a bancada entendeu que ainda havia chance de consenso e resolveu conversar, abrindo também a possibilidade para os candidatos construirem maioria dentro do partido.

A reunião na sede do PT estava marcada para começar as 10h, mas o atraso na chegada de boa parte dos 88 integrantes da sigla retardou o início do encontro para 11h30. A expectativa era de que a reunião se arrastasse até o fim do dia, mas em menos de 30 minutos os parlamentares resolveram transferir o encontro para 15h, na Câmara.

Postulantes à indicação, o líder do governo, Cândido Vaccarezza (SP) e o atual vice-presidente da Câmara, Marco Maia (RS), chegaram à sede nacional do PT com discursos bem diferentes.
"Há intenção de encontrar um nome de consenso ou de tentar construir maioria no partido”.

Enquanto Vaccarezza reconheceu a dificuldade de consenso ao afirmar que não havia “favoritos, nem nomes naturais” no processo de escolha, Maia disse que seria o melhor candidato por ter “um bom programa, bons projetos e capacidade de diálogo” com os demais partidos da Casa.

Questionados se o único caminho para decidir o indicado seria a votação interna, Vaccarezza disse preferir o consenso, mas admitiu a possibilidade de votação. Já Maia afirmou que o partido “tinha maturidade” para enfrentar o processo de escolha, dando sinais de que estaria disposto a enfrentar a disputa: “Votação faz parte do dia-a-dia do partido.”

Além de Vaccarezza e Maia, também está na disputa o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (SP), que não quis conversar com os jornalistas na chegada ao PT.

Até instantes antes de começar o debater, os petistas não haviam definido se a escolha do nome se daria por votação aberta ou fechada. A questão também será levada para o debate na Câmara.

A indefinição petista denota grave crise interna, que se mescla com insatisfações quanto à indicação de nomes para a composição do Ministério.

Vaccarezza conta com a antipatia do movimento sindical pelas ideias que defende em favor do ajuste fiscal e da desoneração da folha de pagamentos. No partido é atritado com várias correntes por seu estilo agressivo no trato das divergências.

Além do comando da Casa, a disputa interna no PT envolve outros cargos de poder como a liderança da bancada e a presidência de comissões importantes da Câmara. Após a escolha do candidato a presidente, feita em dois turnos de votação, os petistas irão escolher o futuro líder da bancada.

Os antagonismos no seio do PT são apenas o primeiro episódio de uma longa disputa até a decisão de quem será o presidente da Câmara dos Deputados. O partido fez um acordo com o PMDB para governar a Casa nos próximos quatro anos. Ao PT caberia o primeiro biênio. Mas o acordo não é compartilhado por outros partidos que compõem a aliança que levou Dilma à vitória nas eleições presidenciais. Além de possuir conteúdo centrista, denota um inaceitável monopólio do poder pelas duas legendas.

Da redação, com agências