PCdoB paulistano divulga balanço eleitoral e aponta perspectivas
Nesta segunda (13), o Comitê Municipal de são Paulo do PCdoB PCdoB se reuniu na na sede do Comiê Central para fazer um balanço da participação do partido nas eleições 2010 e traçar
tarefas para o trabalhado partidário no próximo período.
Publicado 17/12/2010 12:44 | Editado 04/03/2020 17:18
Segue abaixo a íntegra do documento aprovado pela Direção Plena do Comitê Municipal do PCdoB da Capital de SP.
Ao enfrentar essa onda e realinhar o debate para temas fundamentais como privatizações, soberania nacional, projeto de desenvolvimento econômico com valorização do trabalho e garantia dos direitos sociais e fazer o comparativo do que os governos FHC e Lula fizeram em cada um desses temas a candidatura de Dilma Rousseff manteve o nível de apoio popular suficiente para garantir sua vitória com mais de 12% de vantagem. Também contou favoravelmente o índice recorde de apoio popular ao governo Lula que alcançou 83%.
Infelizmente, no Estado de São Paulo, os setores populares e progressistas foram derrotados. Predominou a força política e a máquina do PSDB/DEM, que por mais 4 anos irá dirigir o governo do Estado de SP, podendo assim chegar a 20 anos de hegemonia tucana. Alckmin foi eleito no primeiro turno com 50,36% dos votos válidos, Mercadante obteve 35,23%; Celso Russomano 5,42%; Paulo Skaf 4,56% e Fábio Feldman – PV 4,13%. Faltou 0,37% para que fosse provocado um 2º turno e assim recolocasse a disputa sob o mesmo nível da polarização nacional.
As duas maiores forças políticas na cidade são PSDB e PT. O PSDB participa do Executivo municipal em aliança com o prefeito Kassab, que é do DEM; na Câmara Municipal conta com 12 vereadores. Já o PT dirigiu a prefeitura da cidade em duas oportunidades (1989 a 1992 com Erundina e 2001 a 2004 com Marta) e na Câmara tem 11 vereadores.
No 1º turno, dos 6.639.056 milhões de votos válidos para presidente da República na capital, Serra teve 40,33% e Dilma 38,14%, a soma dos dois dá um total de 78,47%. No 2º turno, Serra conquistou 54% contra 46% de Dilma. Das 58 zonas eleitorais da capital, Serra venceu em 34 e Dilma 24.
Para governo do Estado a votação na cidade foi menos distribuída ainda, mesmo levando em conta que existiam mais candidaturas de partidos políticos, além do PT e PSDB. Alckmin teve na cidade 48,76% e Mercadante 35,82%, as duas candidaturas fizeram junto o total de 84,58%. O PSB com Paulo Skaf obteve em São Paulo 4,42% dos votos. O PP de Maluf lançou Celso Russomano e obteve em São Paulo 6,68% e o candidato do PV, Fábio Feldman obteve na capital 4,30%.
Para o Senado também se configura essa polarização. Aloysio Nunes obteve 28,46% na capital enquanto no estado teve 30,42%. Marta Suplicy teve 26,47% na capital e no estado 22,61%. Netinho de Paula teve 19,71% dos seus votos na capital e 21,14% no Estado.
Com isso fica evidente que na capital ainda é muito forte a polarização entre PT e PSDB, mas que é necessário estudar as possibilidades de novas forças políticas ocuparem espaços e quebrar essa hegemonia.
Em São Paulo, reelegemos Aldo Rebelo com 132.109 votos e elegemos Protógenes Queiroz com 94.906 votos.
No caso dos Deputados Estaduais concorremos em uma chapa própria com mais de 80 candidaturas que chegou a um total de 520.295 mil votos o que nos permitiu eleger 2 deputados estaduais: Leci Brandão com 86.298 e Pedro Bigardi com 67.758.
Com isso, o PCdoB de SP contribuiu para a ampliação da bancada de deputados federais e retornou à Assembléia Legislativa de SP com o mesmo número de cadeiras que tínhamos até 2006, sendo que agora em uma chapa própria.
Além disso, o Partido protagonizou uma grande batalha para o Senado com a candidatura de Netinho de Paula que em todo o Estado teve 7.773.327 votos, enfrentando uma campanha com muitos ataques de seus concorrentes e que, mesmo assim, chegou perto de eleger (a distância para a segunda colocada foram 541 mil votos).
A vitória eleitoral de 2008, quando elegemos Netinho de Paula e Jamil Murad para a Câmara Municipal de São Paulo, permitiu ao Partido retomar uma perspectiva de crescimento que devemos continuar buscando.
Porém, constatamos que ainda é insuficiente a nossa inserção política e social na cidade, temos poucos quadros políticos para enfrentar os desafios colocados, temos tido certo retrocesso no trabalho de direção das frentes de movimento social e sindical e precisamos reforçar o trabalho político e organizativo das instâncias partidárias.
Muitos são os desafios nessa tarefa, dentre eles destacamos:
- Enfrentar a polarização de PSDB e PT com maior protagonismo e maior visibilidade de nossa política;
- Maior inserção junto ao conjunto de setores da sociedade paulistana, com destaque especial ao proletariado, à juventude e às mulheres que sob os resultados das políticas do governo Lula e a recente vitória de Dilma têm tido mais acesso ao trabalho, ao estudo e a novas conquistas;
- Construir relações com setores médios da sociedade paulistana que são muito fortes e cumprem o papel de formadores de opinião, para travar em novo patamar a luta de idéias;
- Ampliar e enraizar nossa inserção nos movimentos sociais da cidade;
- Fortalecer e ampliar a construção do Partido de forma geográfica e social buscando fortalecer os Comitês Distritais e de categorias, constituir organismos de bases especiais como um estágio de maior capilaridade partidária (geográfica e social), onde houver condições reais; filiar e/ou organizar um grande conjunto de lideranças que no processo eleitoral se aproximou de nossas candidaturas;
- Realizar uma ampla campanha de filiação que envolva nosso ministro, nossos parlamentares, lideranças sindicais, populares, juvenis com o objetivo de trazer ao PCdoB lideranças políticas e sociais da cidade de São Paulo com vistas as eleições de 2012.
- Organizar um debate sobre um Projeto Político para São Paulo com vistas a construir uma plataforma do Partido para a cidade.
Comitê Municipal de São Paulo do PCdoB