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Palestinos apelam à comunidade internacional pelo fim do sítio

Entidades internacionais divulgaram, nesta quarta-feira (28), uma Carta aberta vinda da Gaza sitiada, para marcar os dois anos após o massacre de Israel contra os palestinos e exigindo justiça. “Basta de inacção, chega de discussão, chega de esperar – este é o momento para responsabilizar Israel pelos seus crimes permanentes contra nós”, diz o texto.

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O texto sugere uma estratégia de boicote para pressionar Israel a cumprir com o direito internacional. “Tal como no movimento BDS global que foi tão efetivo para terminar o regime do apartheid sul-africano, instamos as pessoas com consciência a aderirem ao apelo ao BDS feito em 2005 por mais de 170 organizações palestinas.”

E propõe um poderoso movimento internacional de solidariedade com o BDS, obrigando decisores políticos israelenses a prestar contas, algo que a comunidade governante internacional tem reiteradamente fracassado em fazer. E conclamam aos muitos sindicatos, universidades, super-mercados, artistas e escritores internacionais que se recusam a ter relações com a Israel do Apartheid para que adiram ao boicote, desinvestimento e sanção.

A Carta Aberta lembra todos os esforços feitos para impedir Israel de continuar massacrando os palestinos, destacando a desumanidade de manter 1,5 milhão de habitantes de Gaza numa prisão ao ar livre.

E destaca ainda o episódio do ataque a ativistas internacionais a bordo da Frota da Libertação de Gaza, no Mar Mediterrâneo, que mostrou ao mundo o pouco valor que Israel atribui à vida palestina.

“O mundo agora sabe, mas dois anos depois nada mudou para os palestinos”, diz o texto, apelamos à comunidade internacional “para assumir a sua responsabilidade de proteger o povo palestino da odiosa agressão israelense, terminando imediatamente o sítio com plena compensação pela destruição das nossas vidas e infraestruturas por esta política explícita de punição coletiva.”

Selvageria excessiva

Em 27 de Dezembro de 2008, Israel principiou um bombardeamento indiscriminado da Faixa de Gaza. O assalto perdurou durante 22 dias, matando 1417 palestinos, 352 dos quais crianças, segundo Organizações de Direitos Humanos. Durante estarrecedoras 528 horas, as forças de ocupação de Israel lançaram a partir dos seus F15s e F16 fornecidos pelos EUA e dos seus tanques Merkava, munições internacionalmente proibidas de fósforo branco, além de bombardear e invadir o pequeno enclave costeiro palestino que é o lar de 1,5 milhão de pessoas, das quais 800 mil são crianças e mais de 80% refugiados registados pela ONU. Cerca de 5300 estão permanentemente lesionados.

Esta devastação, segundo relata o texto, “excedeu em selvajaria todos os massacres sofridos anteriormente por Gaza, tais como as 21 crianças mortas em Jabalia em Março de 2008 ou os 19 civis mortos quando abrigados nas suas casas no Massacre de Bei Hanoun de 2006. A carnificina excedeu mesmo os ataques de Novembro de 1956 nos quais tropas israelenses agruparam e mataram 275 palestinos na cidade sulista de Khan Younis e mais 111 em Rafah”.
E finaliza dizendo que o povo palestino de Gaza quer viver em liberdade para encontrar amigos ou familiares palestinos de Tulkarem, Jerusalém ou Nazaré, quer ter o direito de viajar e se movimentar livremente. Quer viver sem o medo de outra campanha de bombardeamento que deixe centenas dos seus filhos mortos e muitos mais feridos ou com cancros devidos à contaminação do fósforo branco e da guerra química de Israel.

“Queremos viver sem as humilhações nos postos de controle israelenses ou a indignidade de não prover as nossas famílias devido ao desemprego provocado pelo controle econômico e o sítio ilegal”, demonstrando como vivem os palestinos sob o jugo de Israel.

Fonte: www.resistir.info