Renúncia de secretário aumenta crise na prefeitura de Salvador
A crise envolvendo a gestão do prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira (5/1), depois que o vereador Alfredo Mangueira (PMDB) renunciou ao cargo de secretário da Casa Civil, cargo a que tinha sido nomeado no início da semana. Com isso, o novo líder do governo na Câmara Municipal, Téo Senna também desistiu do cargo, aprofundando ainda mais a crise política envolvendo o chefe do Executivo.
Publicado 05/01/2011 21:38 | Editado 04/03/2020 16:19
“Na verdade, o que está acontecendo é o desdobramento natural de um governo que não tem nenhuma fundamentação política. Chama a atenção ainda o fato deste ter se revelado um governo desordenado, que não é movido por um projeto em defesa dos interesses da cidade. Só podia dá nisso, na desorganização política e na alta rotatividade de gestores nas secretarias”, afirmou a vice-presidente do PCdoB em Salvador, vereadora Olívia Santana.
Para a comunista, secretarias importantes que precisam de acúmulo de conhecimentos, como Saúde e Educação, por exemplo, estão sendo tratadas pelo prefeito sem a atenção devida, o que se reflete na qualidade do serviço prestado à população. “Ao invés de cuidar só de seu governo, João Henrique está querendo mandar também na Câmara de Vereadores, através de manobras políticas, como as efetuadas esta semana com a troca do secretariado para tentar assim alterar a composição de forças e aprovar suas contas”, acrescentou a parlamentar.
“Os últimos acontecimentos só reforçam a decisão acertada do PCdoB de desembarcar deste governo no segundo ano do primeiro mandato de João Henrique “, enfatizou Olívia.
Manobras políticas
Desde que teve suas contas rejeitadas por unanimidade pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o prefeito de João Henrique Carneiro vem fazendo uma série de articulações políticas para impedir que a Câmara Municipal aprove o parecer do TCM e o torne inelegível por oito anos. Para isso, trocou seis secretários, convidando dois vereadores para as pastas. Um deles, Alfredo Mangueira renunciou após ser ameaçado de punição pelo PMDB, mesmo partido do prefeito, caso assumisse o posto de secretário da Casa Civil.
A situação foi agravada pela renúncia também do líder do governo na Câmara, Téo Senna. Com isso, cresce a possibilidade de que o prefeito não consiga os 28 votos necessários para rejeitar o parecer do TCM e manter suas chances de disputar um cargo eletivo em 2014.
De Salvador,
Eliane Costa