Urariano Mota: Tchekhov em palavras de Gorki
Anton Tchehkov foi um dos principais escritores russos da segunda metade do século 19. Na passagem do 150º aniversário do seu nascimento (29 de janeiro de 1860), o Prosa Poesia e Arte publica o conto Angústia, de sua autoria, e Tchehkov em palavras de Gorki, de Urariano Mota.
Publicado 06/01/2011 16:29
Seus contos e mais tarde sua dramaturgia, o tornaram reconhecido como uma das glórias literárias nacionais da Rússia, tal como Dostoievski, Tolstoi e Gorki. Sua obra influenciou muitos escritores russos e europeus. Bernard Shaw posicionou a obra de Tchehkov como dramaturgo ao lado da de Ibsen.
Seu primeiro conto, “Carta de um proprietário a um sábio vizinho” aparece em março de 1880 em “A Cigarra”, semanário satírico de São Peterburgo. Sentindo-se responsável pelo sustento da família após a falência de seu pai, um pequeno comerciante que quase foi preso por dívidas,instala-se em Moscou, onde tenta aumentar sua renda publicando contos em diversos jornais e sob diversos pseudônimos, alcançando rápido sucesso.
Ainda jovem adoece de tuberculose, o que o obrigará a fazer diversos deslocamentos na busca de um clima mais ameno que o de Moscou.
Tchekhov era refratário a qualquer tipo de engajamento político, mas tinha extrema sensibilidade social e aguda visão crítica quanto às mazelas da Rússia da segunda metade do século 19, que caracterizou com realismo. Durante toda a sua vida dedicou-se a ações de beneficência (construção de escolas, doação de livros a bibliotecas, exercício gratuito da medicina etc).
Dentre as suas principais obras destacamos: “A Estepe”, “O Duelo”, “Os Camponeses” e as peças teatrais “A Gaivota” , “Tio Vânia”, “As Três Irmãs” e “O Jardim das Cerejeiras”.
Após muitas tentativas de cura, Anton Tchekhov morre em 2 de julho de 1904, em Badenweiler, Alemanha. Minutos antes do último suspiro, diz serenamente ao médico, em alemão “Ich sterbe” (Estou morrendo). Tendo recusado o oxigênio, dão-lhe champanhe. Segundo Virgil Tanase, suas últimas palavras são: “Faz muito tempo que não bebo champanhe”. Depois de tomar uma taça, deita-se de lado e morre. Foi enterrado uma semana depois, no dia 9 de julho, no cemitério de Novodevitchi, em Moscou.
Confira o texto de Urariano, publicado originalmente no Comunique-se:
Hoje, por me sentir mais estúpido e indolente que em outros dias, recolho-me à minha insignificância para melhor presentear os leitores. O presente é Máximo Górki, no livro Três Russos, em que ele narra encontros que teve com Tolstói, Tchekhov e Andreev. Mas antes que alguns levantem o nariz, lembro que esse livro de Górki recebeu leitura crítica e entusiasmada de Thomas Mann.
Por Urariano Mota*
Da redação, com Comunique-se e agências