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Economias latino-americanas devem crescer menos em 2011

A América Latina entra em seu segundo ano de crescimento após a recessão internacional com um ritmo um pouco mais lento que o do ano passado. Chile, Peru e Argentina deverão ter os melhores desempenhos deste ano, juntamente com os dois sócios menores do Mercosul, Paraguai e Uruguai.

A economia latino-americana, que pelas estimativas da Cepal (agência da ONU), cresceu 6% em 2010, avançará 4,2% em 2011. O Brasil desacelera junto, conforme todas as previsões. Analistas do mercado financeiro falam em crescimento de cerca de 4,5% ante os 7,6% estimados para 2010.

Infra-estrutura

Um dos gargalos que devem ser vencidos para garantir um crescimento sustentado é a infra-estrutura, abandonada nos anos de neoliberalismo. Investir em infraestrutura é questão chave para manter ou estimular mais o crescimento.

À parte as arrumações internas que os governos precisariam fazer para não pôr em risco seu crescimento nos próximos anos, a região está exposta também a possíveis ameaças externas.

Uma delas seria a disseminação dos problemas das economias menores da União Europeia para todo o bloco, o que poderia gerar uma aversão ao risco afetando diretamente a América Latina. "Há muita incerteza sobre o que vai acontecer na Europa portanto as projeções não podem ser tão firmes", disse em dezembro o economista do Banco Mundial para a América Latina, Augusto de la Torre.

Guerra cambial

Para o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, o grande volume de dólares que tem aportado na América Latina é outro grande desafio para este ano. A política monetária dos EUA é a causa do problema, que o ministro da Fazenda brasileira, Guido Mantega, caracterizou como guerra cambial.

"Há um tsunami de dólares em busca de oportunidades. E a busca de oportunidades se dá em países onde há crescimento e não há dúvida que os fluxos de capital continuarão chegando [à América Latina]", disse ele recentemente.

A intensa entrada de divisas na região provocou no ano passado a valorização das moedas em vários países da região – e trouxe desequilíbrios principalmente para Brasil e Chile.

Outro potencial fonte de problemas é a China. É possível que a economia chinesa diminua seu ritmo e o próprio governo do país tem sinalizado neste sentido com medidas de aperto monetário. Seria uma dificuldade para muitas economias latino-americanas que têm no país asiático um dos principais destinos de suas matérias-primas. A desaceleração da economia chinesa pode derrubar os preços das commodities, o que teria forte repercussão, por exemplo, no Brasil.

Com informações do Valor