Ministro denuncia guerra comercial e espionagem contra França

O ministro francês das Indústrias, Eric Besson, advertiu quinta-feira (6) que a França enfrenta uma “guerra econômica”, em meio a alertas da montadora Renault de que teria sido vítima de espionagem industrial.

O caso, disse o ministro à rádio francesa RTL, “parece sério”. “A expressão ‘guerra econômica’, ainda que às vezes pareça absurda, é apropriada”, declarou.

Segredos industriais

A espionagem na Renault, segundo o ministro, envolveria segredos de projetos de carros elétricos da montadora.

A empresa está investigando um “alerta ético” enviado a seu comitê de queixas, relatando a suposta espionagem.

Três executivos da montadora foram suspensos na última quarta-feira – um deles é membro do comitê de gerência da empresa – e terão oportunidade de se defender das acusações de terem vazado as informações antes que o departamento de recursos humanos decida se eles serão punidos.

‘Bens estratégicos’

A direção da Renault afirmou à agência de notícias AFP que o caso de espionagem representa uma ameaça séria a seus “bens estratégicos”. A montadora, junto com sua parceira japonesa Nissan, tem investido fortemente em tecnologia para veículos elétricos.

Ambas planejam lançar novos modelos elétricos nos próximos dois anos, argumentando que a tecnologia é a melhor solução de longo prazo para reduzir as emissões de carbono por veículos.

Concorrência

Em contraste, rivais como a General Motors e a Toyota têm investido em carros híbridos, com motores movidos a eletricidade e gasolina. O correspondente de transportes da BBC Richard Scott explica que o primeiro veículo elétrico da Renault, o Fluence ZE, só deve estar disponível no final deste ano. “Nesse ponto, a montadora já está atrasada em comparação com alguns rivais. Se seus segredos tiverem sido roubados, sua situação piorará.”

Ele agrega que novas tecnologias devem continuar a surgir nesse setor. “Muitos preveem para o futuro carros elétricos a base de hidrogênio, em vez de baterias. E essa é uma área totalmente nova para ladrões corporativos se envolverem.”

A espionagem entre empresas não é algo muito incomum. Faz parte da feroz concorrência que hoje se dá entre os monopólios capitalistas, que desenvolvem uma guerra suja e sem fronteiras para dominar os mercados, o que se desdobra em choques políticos entre as nações e guerras.

Com agências