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Secretário da Defesa dos EUA inicia visita à China

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, iniciou neste domingo (9) sua visita de quarto dias à China, criando uma oportunidade para incrementar as relações militares depois das fricções havidas no ano passado.

Durante a visita, o presidente chinês e chefe da Comissão Central Militar da Chia, Hu Jintao, o vice-presidente e vice-chefe da comissão, Xi Jinping, outro vice-chefe da comissão militar, Xu Caihou e o ministro das Relações Exteriores, Yang Jiechi se encontrarão com Gates separadamente. Seu homólogo chinês, Liang Guanglie, também manterá conversações com o secretário norte-americano.

Gates também visitará o comando da Segunda Força de Artilharia do Exército Chinês de Libertação do Povo, o núcleo das forças chinesas de dissuasão estratégica.

Convidado por Liang, esta é a segunda visita de Gates à China desde que assumiu seu cargo em dezembro de 2006. A visita tinha sido adiada depois que o Pentágono decidiu vender um pacote de 6,4 bilhões de dólares em armas para Taiwan, parte inalienável da China, em janeiro de 2010.

A China também suspendeu a visita do chefe do estado maior dos EUA, Mike Mullen, e a visita a Washington do chefe do estado maior do exército chinês, Chen Bingde.

Desde então, as duas forces armadas mantiveram alguns intercâmbios antes de reassumir os contatos de alto nível.

Em outubro, Liang se encontrou com Gates em Hanói no quadro da primeira reunião da Associação dos Ministros da Defesa da Asean e convidou Gates a visitar a China neste início de 2011.

Os dois países realizaram em dezembro em Washington a 11ª consulta. A visita de Gates se realiza poucos dias da visita que o chefe de Estado, o presidente Hu Jintao, fará aos Estados Unidos de 18 a 21 de janeiro, quando se encontrará com o presidente Barack Obama.

Pang Zhongying, pesquisador de relações internacionais da Universidade de Renmin disse que a visita de contribuirá para incrementar e reforçar os laços militares entre a China e os Estados Unidos.

"A retomada dos contatos militares de alto nível entre a China e os Estados Unidos mostra a nova oportunidade para o incremento de relações”, disse Pang.

No entanto, alguns analistas também advertiram que, algumas questões fundamentais dos laços militares bilaterais não serão resolvidas tão cedo.

Para os militares chineses questões como a venda de armas a Taiwan, o aparecimento de navios e aviões norte-americanos nas águas e no espaço da zona econômica exclusiva da China, mantêm-se como obstáculos a um maior desenvolvimento dos laços militares.
" A retomada do intercâmbio militar China-EUA não significa que esses obstáculos tenham sido removidos, mas que a China quer resolver os litígios de forma eficaz ", disse Luo Yuan, um pesquisador da Academia de Ciência Militar do Exército Popular. Descrevendo os laços militares como uma parte vulnerável das relações entre a China e os Estados Unidos, Luo disse que "as relações entre a China e os Estados Unidos podem ser negativamente afetadas se os laços militares não melhorarem”.

Pang destacou que o desenvolvimento futuro das relações militares depende das ações que os EUA realizem e como esse país responde com sinceridade às preocupações da China.

Num comunicado de imprensa postado no site do Departamento da Defesa dos EUA, Gates disse que acredita que o diálogo com as forças da Defesa chinesa e os líderes nacionais "contribui, não somente para aumentar o entendimento, mas também para evitar erros de cálculo, malentendidos e falhas de comunicação”. "Meu ponto de vista é que relações positivas, construtivas e compreensivas entre os Estados Unidos e a China correspondem não apenas aos interesses mútuos dos dois países, mas também aos interesses da região e eu diria mesmo do globo”, afirmou o secretário estadunidense da Defesa.

China Daily, edição em inglês