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WikiLeaks: solidariedade e repúdio a incitações à violência 

 Wikileaks apresentou hoje solidariedade às vítimas do tiroteio de Tucson, bem como os melhores desejos quanto à recuperação da deputada Gabrielle Giffords. Giffords, democrata do 8º distrito do Arizona, foi o alvo de uma orgia de tiros num evento político de 8 de janeiro, no qual seis outras pessoas foram assassinadas.

Clarence Dupnik, cherife de Tucson que dirige a investigação dos tiros sobre Gifford, afirmou que a "retórica vitriólica" destinada a "inflamar o público numa base diária … tem impacto sobre as pessoas, a principiar especialmente por aquelas que têm personalidades desequilibradas". Dupnik também observou que responsáveis e personalidades dos meios de comunicação empenhadas em retórica violenta "têm de considerar que têm alguma responsabilidade quando ocorrem incidentes como este e com os que possam ocorrer no futuro".

A equipe e os colaboradores do WikiLeaks também tem sido alvo de retórica violenta sem precedentes por parte de personalidades eminentes dos meios de comunicação dos Estados Unidos, incluindo Sarah Palin, a qual instou a administração estadunidense a "perseguir e capturar o chefe do WikiLeaks tal como o Taliban". O conhecido político dos Estados Unidos Mike Huckabee, no fim de novembro, apelou à execução do porta-voz do WikiLeaks, Julian Assange, no seu programa da Fox News; e um comentarista da Fox News, Bob Beckel, referindo-se a Assange, apelou publicamente a "disparar ilegalmente sobre o filho da puta". Rush Limbaugh, personalidade da rádio dos Estados Unidos, pressionou Roger Ailes , presidente da Fox News, a "Dar a ordem e [então] já não há Assange, garanto-lhes, e não haverá impressões digitais sobre isto", ao passo que o colunista Jeffery T. Kuhner, do Washington Times, intitulou a sua coluna como "Assassinato de Assange" acompanhada por uma foto de Julian Assange com um local de tiro assinalado, a pingar sangue e a legenda "procurado morto ou vivo" com a palavra "vivo" riscada.

John Hawkins, da Townhall.com, declarou: "se Julian Assange leva um tiro na cabeça amanhã ou se o seu carro explodir quando ele virar a chave, que mensagem pensa você que enviaria acerca da divulgação de dados americanos sensíveis?".

Christina Whiton, em um artigo de opinião da Fox News, apelou à violência contra os editores do WikiLeaks, dizendo que os Estados Unidos deveriam "designar o WikiLeaks e os seus responsáveis como combatentes inimigos, abrindo o caminho para ações não judiciais contra eles".

Julian Assange, porta-voz do WikiLeaks, declarou: "nenhuma organização em qualquer parte do mundo é um advogado mais dedicado do livre discurso do que WikLekas, mas quando políticos seniores e comentaristas dos meios de comunicação à procura de atenção apelam à morte de indivíduos ou grupos específicos, eles deveriam ser acusados de incitação – ao assassinato. Aqueles que apelam a um ato de assassinato merecem parte tão significativa da culpa quanto aqueles que empunham uma arma e puxam o gatilho".

"WikiLeaks tem uma equipe muito jovem, voluntários e apoiadores na mesma vizinhança geográfica daqueles que difundem ou circulam estas incitações à morte. Também temos visto pessoas mentalmente instáveis viajarem dos Estados Unidos e outros países para outros locais. Consequentemente temos de nos empenhar em medidas de segurança extremas".
"Apelamos às autoridades dos Estados Unidos e outras a protegerem a regra da lei processando agressivamente estas e semelhantes incitações a matar. Um país civil com leis não pode ter membros eminentes da sociedade a apelarem constantemente ao assassinato e à morte de outros indivíduos ou grupos".

Fonte: Resistir.info