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Ana Rocha: Uma tragédia que assombra o Rio

A cada dia sobe o número de mortos e desabrigados na região serrana do estado do Rio e Janeiro. A tragédia está presente em toda parte. Aconteceu na serra, mas é assunto na planície, em todos os eventos políticos, sociais, culturais, nos bares, nas praças, nos cinemas, nas lojas, em todos os lares…

Por Ana Rocha*

A comoção é geral, a solidariedade também. Todos querem doar alguma coisa para os flagelados. Cresce o número de voluntários. Muitos tentam esquecer a dor da perda de parentes e amigos ajudando os que ficaram vivos e necessitados.

Essa tragédia alerta para uma maior atenção dos governantes com a ocupação e ordenação do solo urbano. Para uma justa política de saneamento e habitação. Fica mais uma vez revelado que a prevenção é a melhor saída para poupar vidas humanas e evitar gastos astronômicos com os prejuízos pós-tragédia.

O governo federal destinou recursos e enviou militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, equipamentos e viaturas. O governo estadual também chegou junto com os prefeitos dos municípios atingidos. Os bombeiros se desdobram, postos de atendimento se multiplicam, um hospital de campanha foi instalado, grupos de voluntários reforçam a ação de suporte aos flagelados. Nada consegue apagar a desoladora situação de destruição de vidas e de construções de cidades queridas do povo fluminense.

O PCdoB, que sempre esteve na luta por uma reforma urbana democrática, por um sistema de transporte de massa acessível e moradias dignas, se solidariza com as vítimas da tragédia. Seus dirigentes nas cidades afetadas têm tomado iniciativas de solidariedade e ajuda concreta aos flagelados. Nessa hora, as sedes das direções partidárias também devem virar postos de coleta de roupas, produtos de limpeza e alimentos não perecíveis a serem enviados à região serrana.

Toda ajuda é fundamental. A indiferença e o descaso não cabem nem para as autoridades públicas, nem para as organizações sociais e políticas nem para os indivíduos. Uma lição fica: não perder de vista a preocupação futura com o orçamento e o investimento em saneamento e habitação, com o controle mais eficaz do ordenamento e ocupação do solo. Prevenir é não sucumbir às tragédias naturais, é poupar vidas valiosas.

* Ana Rocha é presidente estadual do PCdoB -RJ