Prédios da educação estão com pagamento atrasado

Pelo menos 50 prédios alugados pela Prefeitura de Natal para abrigar serviços da educação estão com pagamentos atrasados. A situação foi relatada pela presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Fátima Cardoso. Ela afirma que a categoria espera ainda uma resposta do Executivo quanto ao reajuste salarial para evitar uma greve no início do ano letivo.

Fátima Cardoso foi entrevistada no Jornal 96, da rádio 96FM. “É lamentável, que estejamos hoje, no 21º dia do mês, tentando conversar com o Executivo, mas sem resposta. Existe uma crise muito grande na educação do município, desde a falta de pagamento dos prédios escolares aos vencimentos dos servidores”, destaca.

De acordo com a sindicalista, existe uma lei que estabelece um reajuste de 15,29% no mês de janeiro. No entanto, até a agora a Prefeitura Municipal não se manifestou sobre o salário dos servidores da educação.

“No ano passado, tivemos 26 dias de greve. Este ano, não queremos uma nova greve, até porque a população tem direito a educação. Mas é preciso a contrapartida”. Fátima Cardoso disse que são 4.300 professores na rede municipal, com uma folha de pagamento de R$ 4,5 milhões.

“Para se ter uma ideia, temos questões salariais remanescentes de 2009 e 2010, como o reajuste em torno de 20% para os professores que passaram para nível superior”, lembra a presidente do Sinte.

Fátima comentou também que vários prédios alugados para a educação estão com as contas atrasadas. “Os proprietários continuam a se queixar, procurando o Sindicato para dizer que não receberam. São aproximadamente 50 prédios nessas condições”.

Ela explicou que atualmente o município tem 70 escolas com sedes próprias e 56 Centros Municipal de Educação Infantil (CMEIs), dos quais 40 são instalados em prédios locados.

“Além disso, os prédios não foram avaliados, como a estrutura hidráulica e elétrica. Na próxima semana, vamos fazer uma visita a todas as escolas. Vamos ver se chega fardamento para os alunos, se os recursos estão sendo repassados, porque até o mês passado as escolas estavam vivendo de recursos federais e do apoio da população”, ressalta.

A presidente do Sinte criticou ainda a terceirização dos serviços de educação. De acordo com Fátima Cardoso, a Prefeitura deveria realizar um concurso público para contratar novos professores, isso porque, segundo ela, a contratação temporária tem custo muito mais elevado.

“Marcamos uma assembleia para o dia 9 de fevereiro, quando terá início o ano letivo. Fazemos um apelo ao prefeito em exercício [Paulinho Freire] para que ele encontre a solução para esse problema”, completa a sindicalista.
 

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