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Chile: 500 mil pessoas passaram a ser pobres após terremoto

Um estudo divulgado nesta terça-feira (25) pelos Ministérios de Planejamento e de Moradia do Chile revelou que meio milhão de pessoas entraram na linha de pobreza após o terremoto, seguido de tsunami, que causaram sérios prejuízos no país em fevereiro do ano passado.

A alta cifra se deve, principalmente, aos graves danos ou destruição das moradias de 8,8% da população total do país e de 17,3% dos habitantes das três regiões mais afetadas. Segundo os ministros de Planejamento, Felipe Kast, e de Moradia, Magdalena Matte, o número representa um aumento de três pontos percentuais no índice de pobreza do país, que subiu para 20%.

O Estudo Pós-Terremoto (EPT) foi feito em maio e junho de 2010, por encomenda do Ministério de Planejamento chileno, para medir os efeitos do fenômeno na população. Segundo o levantamento, realizado em 22.159 lares do país, a maior parte das famílias que passou para a linha de pobreza é liderada por mulheres, com uma média de escolaridade de 8,7 anos.

O grupo populacional que mais teve prejuízos habitacionais foi o de baixa renda, chegando a 12% de afetados, enquanto apenas 4,6% das pessoas com maior poder aquisitivo sofreram com o mesmo problema. O número de indigentes após o desastre passou de 620 il em 2009 para 700 mil.

Para o ministro de Planejamento, o aumento da pobreza não se deve somente ao terremoto, mas também a fatores estacionais, já que o EPT foi realizado no primeiro semestre, enquanto a última medição das condições sócio-econômicas dos diferentes setores do país foi realizada em dezembro de 2009, quando havia mais vagas laborais.

Aspectos humanos

O estudo também revelou as consequências psicológicas do desastre: a três meses do episódio, 12% da população apresentava sintomas de stress pós-traumático. Nas áreas mais afetadas, no entanto, esta porcentagem chegou a um quinto dos entrevistados. A incidência dos sintomas se mostrou bastante mais alta em mulheres que em homens, e principalmente, nos grupos de baixos ingressos.

Quanto à educação infantil e juvenil, o EPT mediu o início do ano letivo dos estudantes. Cerca de 24% dos estudantes das seis regiões do país afetadas pelo desastre iniciaram as aulas somente em abril, enquanto nas três regiões mais prejudicadas esta cifra ultrapassou 70%.

Fonte: Opera Mundi